Palestra sobre Mulher e Sociedade marcou o segundo encontro do Projeto Mais EJA

Na segunda-feira, 19, o projeto Mais EJA - Mesas de Ação e Integração de Saberes - promoveu a segunda palestra do seu ciclo voltado aos alunos dos cursos técnicos da modalidade Educação de Jovens e Adultos. Tendo como convidada a professora Jaqueline Oliveira, o tema abordado foi Mulher e sociedade: conquistas e desafios. O evento, organizado pelas professoras Josiane dos Santos Lima, coordenadora dos cursos de Panificação e de Alimento, e Yane Ondina, coordenadora do curso de Modelagem do Vestuário, tem o propósito de ser uma ação permanente, para proporcionar diálogos e reflexões sobre temas de relevância para a EJA.

Em sua fala inicial, a professora Jaqueline apresentou os conceitos de ser natural e ser cultural, para detalhar como estas duas questões são confusas em nosso cotidiano e como nos levam a cometer equívocos estruturais nas relações de gênero, reforçando estereótipos que são repassados de geração em geração. Em seguida a palestrante mostrou dados históricos sobre como são recentes as conquistas femininas, como no caso do direito ao estudo, direito ao voto, direito à igualdade de remuneração, direito de exercer cargos políticos e o direito a não se submeter a qualquer violência doméstica, com a Lei Maria da Penha.

Dados estatísticos também foram trazidos para o debate, e os números assustaram muitos da plateia. Alguns chegando mesmo a duvidar da realidade apontada, principalmente com relação ao feminicídio, ao racismo, ao assédio e estupro. Neste ponto a vereadora morta no Rio de Janeiro, Marielle Franco, foi lembrada, tendo em vista sua posição de mulher negra que ocupava um cargo político.

Dados do mercado de trabalho também apontaram a divergência no tratamento de profissionais do sexo masculino e feminino, principalmente em termos de contração, demissão e valores de salários. Nas falas sobre o mercado de trabalho, a questão da maternidade foi ponto de grande repercussão entre os presentes, assim como a distribuição dos afazeres domésticos entre homens e mulheres.

A conclusão da fala da professora Jaqueline foi sobre a capacidade que o ser humano tem de mudar sua cultura ao longo de toda a vida, ao longo de sua socialização, ou seja, capacidade de mudar seu modo de olhar e entender o mundo e as outras pessoas, fazendo com que o conhecimento seja uma arma eficaz no combate ao preconceito, ao racismo, à discriminação de qualquer tipo. Ela também ressaltou, durante toda a sua fala, que as diferenças existem e são positivas, e que o problema só existe quando estas diferenças são hierarquizadas e transformadas em desigualdade, fazendo com que um tipo de ser humano seja melhor que outro. Jaqueline também reforçou que a família e a escola são fundamentais na desconstrução deste tipo de pensamento que segrega e oprime.

Sobre a importância e a repercussão do Mais EJA, a professora Josiane dos Santos Lima, coordenadora dos cursos de Panificação e Alimentos falou: “Acredito que é uma oportunidade para que nossos alunos se sintam pertencentes a algo bacana e que marca um lugar de identidade. O evento é um espaço para debate, reflexões e conversas que fazem parte da vida das pessoas que estão na educação de jovens e adultos. São conversas sobre problemáticas que fazem parte da vida desse público. Eu faço um balanço positivo até aqui, pois estamos tentando boa adesão e participação intensa nos momentos de debates. A parte do lanche coletivo também é interessante, porque promove integração entre os estudantes de cursos diferentes.”

A próxima mesa de integração do projeto “Mais EJA” está marcada para o dia 28 de março, com os temas Sobre a Mulher e o Tecer: o Fio e a Feminilidade.

Veja aqui as fotos do 2º encontro Mais EJA.

Coordenação de Comunicação Social e Eventos / Câmpus Aparecida de Goiânia