Palestra e plantio de uma muda de ipê marcam a celebração da 3ª Semana Integrada do Cerrado no Câmpus Goiânia

No Câmpus Goiânia do IFG, como parte da programação do evento, foi realizada na manhã de segunda-feira,11, palestra de título: “Cerrado: Um Mosaico de Vida e Cultura no Coração do Brasil”, na Cinemateca.

Em celebração ao Dia Nacional do Cerrado, que é comemorado em 11 de setembro, o Instituto Federal de Goiás (IFG) e outras instituições realizam a terceira edição da Semana Integrada do Cerrado. No Câmpus Goiânia do IFG, como parte da programação do evento, foi realizada na manhã de segunda-feira,11, palestra de título: “Cerrado: Um Mosaico de Vida e Cultura no Coração do Brasil”, na Cinemateca. Além disso, estudantes plantaram uma muda de ipê de jardim no câmpus para marcar a programação que celebra 20 anos de criação dessa data em homenagem ao Cerrado brasileiro.

A palestra foi ministrada pelo analista ambiental do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Sandro Raphael Borges; pelo professor do Câmpus Urutaí do Instituto Federal Goiano (IF Goiano), Alcyr Viana, e também pelo docente da área de Meio Ambiente do Câmpus Goiânia do IFG, Viníciu Fagundes Bárbara. Na exposição, cada um dos palestrantes destacou aspectos que se inter-relacionam nas discussões sobre o Cerrado, como o fato desse bioma alimentar seis das oito grandes bacias hidrográficas brasileiras e a diversidade de espécimes de fauna e flora encontradas nesse ecossistema.

O professor do Câmpus Goiânia do IFG e um dos organizadores do evento, Thomas Leonardo, explicou que o uso do termo mosaico para dar título à palestra do evento visa descrever a complexidade e diversidade presentes no Cerrado brasileiro, que possui uma riqueza de seres vivos, incluindo plantas, animais e suas interações.

Bioma diverso

Na palestra, o analista ambiental do ICMBio, Sandro Raphael Borges, participou do evento por meio de videoconferência e apresentou um vídeo sobre o Sítio Boca do Mato, localizado na zona rural da cidade de Mambaí, em Goiás. Trata-se de um exemplo de uma experiência de ecoturismo que alia preservação e sustentabilidade do Cerrado, nessa região que integra a Área de Proteção Ambiental (APA) das Nascentes do Rio Vermelho e possui o maior corredor de Cerrado preservado. Sandro Borges alertou sobre a necessidade de se preservar o Cerrado e pontuou várias estratégias de conservação que podem ser efetivadas, como, por exemplo, por meio de pesquisas e de políticas públicas. “As instituições, os IFs [Institutos Federais] principalmente, podem ter um papel primordial no desenvolvimento da eficiência de áreas de proteção ambiental que já estão abertas”, destacou o analista ambiental.

Para o professor do Câmpus Urutaí do Instituto Federal Goiano (IF Goiano) e que já foi docente no Câmpus Goiânia do IFG, Alcyr Viana, a conservação do Cerrado perpassa por ter alimentos e plantas nativos desse bioma na mesa do brasileiro. Desse modo, o docente abordou o tema das Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANC). Ele explicou que há uma atualização desse conceito para Plantas Alimentícias Não Colonizadas . Além disso, o professor mostrou como receitas elaboradas com plantas nativas do Cerrado podem se tornar iguarias gastronômicas, como: pratos elaborados com bucha vegetal, ravióli de pequi com molho de mutamba, molho à base de cajazinho do Cerrado etc. “Não é para não comer os alimentos não convencionais, eles são sim muito gostosos. Mas é também para valorizar o que é nosso”, frisou o professor Alcyr.

Já o professor do Câmpus Goiânia do IFG, Viníciu Fagundes Bárbara, apresentou, durante a palestra, suas experiências artísticas que ele começou a desenvolver após a pandemia, utilizando espécimes da flora do Cerrado para criar artes, quadros e esculturas botânicas feitas com elementos naturais reaproveitados da natureza. O docente criou seu ateliê Estúdio Tutoia e atualmente suas obras artísticas são comercializadas e apresentadas em diversas exposições e também compõem cenários, como atualmente o da telenovela Terra e Paixão, da rede Globo. Para o professor Viníciu, essa iniciativa artística com plantas do Cerrado surgiu da necessidade de associar a flora à cultura popular e superar o que ele chama de cegueira botânica. “Nós não olhamos mais para as plantas que estão na nossa casa. Então, precisamos olhar mais para essa natureza que nos cerca e também para a que está dentro de nós mesmos, porque a gente desplugou da natureza”, considera o professor Viníciu.

Plantio simbólico
Além da palestra, estudantes da área de Música do Câmpus Goiânia fizeram apresentações musicais e tocaram a canção “Frutos da Terra”, composta por Genesio Tocantins e Hamilton Carneiro.

Para finalizar a programação da 3ª Semana Integrada do Cerrado no Câmpus Goiânia do IFG, alguns estudantes, acompanhados pela professora do Câmpus Goiânia Rúbia Pinheiro, plantaram uma muda de ipê de jardim, que é da mesma família dos ipês do Cerrado, no pátio.

_{Estudantes plantaram uma muda de ipê no Câmpus Goiânia no encerramento do evento.}

Programação

A programação da 3ª Semana Integrada do Cerrado segue com atividades presenciais e virtuais até o dia 16 de setembro. O evento conta com a participação de 10 câmpus do IFG e de outras 39 instituições do território nacional, como instituições de ensino, órgãos ligados à educação, conselhos, institutos, associações. Neste ano, a Semana é coordenada pelo Câmpus Formosa do IFG e tem como tema: “Os 20 anos do Dia Nacional do Cerrado”.

Mais informações sobre a 3ª Semana Integrada do Cerrado estão disponíveis no perfil do evento no Instagram: https://www.instagram.com/semana.integrada.cerrado/

Coordenação de Comunicação Social do Câmpus Goiânia do IFG.