Seminário de Internacionalização apresenta desafios para as instituições de ensino e profissionais globais
Atividade ocorreu durante todo o dia de ontem, 3, com diversas palestras on-line
“A essência da internacionalização é a cooperação”, afirma a professora Luciane Stallivieri, que proferiu palestra de abertura do I Seminário de Internacionalização do Instituto Federal de Goiás (IFG), nessa quarta-feira. O evento faz parte do IV Simpósio de Ensino, Pesquisa e Extensão (Simpeex), que ocorre até o dia 6 de fevereiro, exclusivamente on-line. A Diretora Executiva do IFG, Adriana dos Reis, e o coordenador de Relações Internacionais, Luciano de Paula Pereira Perilo, deram as boas-vindas aos participantes do evento. A professora Luciane é especialista em Gestão Universitária, mestre em Cooperação Internacional e doutora em Línguas Modernas. Atualmente, ela é assessora de Relações Internacionais da Universidade Caxias do Sul.
Segundo Luciane, o que se aproxima agora é uma revolução silenciosa, a sociedade 5.0. “Isso passa pela compreensão de que tudo estará conectado e que a sociedade terá que se adaptar. Conexão, cooperação, para desenvolver soluções de problemas comuns”, afirma a professora. Ela menciona que a internacionalização para as instituições brasileiras é muito recente ainda, com uma evolução que começou com uma cooperação assimétrica, esporádica, poucos atores e foi evoluindo. Em um segundo momento, tornou-se mais sistemática e organizada, com multiplicação de acordos e eventos. No terceiro momento, houve a criação e capacitação de escritórios de internacionalização, criação de conceitos, como o de internacionalização de currículo, indústria 4.0, criação de ecossistema de internacionalização e migração para a internacionalização virtual.
Luciane destacou, ainda, que as novas demandas para o profissional global são a capacidade de cocriação a distância – trabalhar com pessoas que estão em diferentes locais do planeta – , que tenha domínio de idiomas, desenvolvimento de profissional com perspectivas globais. E o papel das instituições de ensino nesse cenário? Perpassa, segundo a professora, pelo desenvolvimento do capital humano global, produção de conhecimento global, disseminação de conhecimento em nível local, “o pensar global e agir local. As instituições de ensino devem estar preparadas para a educação para cidadania global: analisar criticamente, a busca da equidade, enfocar no engajamento coletivo”, destaca.
O papel das instituições, para a professora, é focar em habilidades cognitivas e metacognitivas – pensamento crítico e criativo; sociais e emocionais – empatia, responsabilidade, cooperação; habilidades práticas e físicas – usos de novos dispositivos de tecnologia da informação e comunicação. E para os novos profissionais é o desenvolvimento de conhecimentos, habilidades e atitudes. “Além disso, o saber pensar. Mostrar e estimular a capacidade de pensar e não de reproduzir. Nosso papel é o desenvolvimento de novas atitudes, pensar que somos cidadãos de um mesmo mundo e que temos que pensar de forma global”, diz.
Visão sistêmica
Nas instituições, é preciso ter uma visão sistêmica da internacionalização, afirma a especialista, com a clareza da necessidade de criação de uma política de internacionalização, sendo este papel o de toda a Instituição e não apenas do setor de Relações Internacionais. “Internacionalização abrangente passa pela internacionalização da educação, a cooperação, a internacionalização do currículo, passando para a internacionalização virtual, possibilitando maior contato e acesso aos estudantes. Isso pressupõe as habilidades em tecnologia, um processo contínuo, a interação com professores e pessoas de outras universidades, a integração dos currículos, a busca por parcerias, os convênios que a instituição já possui”, pontua.
De que maneira o IF pode fazer essa internacionalização? Luciane desta a busca pelos parceiros, capacitação dos professores, formação dos estudantes, as ferramentas tecnológicas, as redes globais de comunicação. Entre os desafios para a institucionalização da internacionalização estão o distanciamento tecnológico, também dos estudantes que não possuem acesso à tecnologia, o isolamento linguístico, a dificuldade de interagir com outras culturas. “O elemento-chave da internacionalização começa pelas pessoas, o indivíduo é o centro para desenvolvermos a internacionalização, saber para onde vamos, como vamos, por que vamos, objetivos. O produto final são as pessoas, os alunos, com pensamento criativo, pensamento crítico, porque precisamos pensar de forma global”, finaliza.
Veja como foi o I Seminário de Internacionalização do IFG.
Acompanhe a programação do Simpeex: http://eventos.ifg.edu.br/simpeex-secitec/
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