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Infraestrutura de transportes

BR-020 tem aumento de acidentes de trânsito após duplicação

Publicado: Quarta, 09 de Junho de 2021, 09h51 | Última atualização em Terça, 15 de Junho de 2021, 18h42

Pesquisa aponta alta velocidade e quantidade de curvas sequenciais como causas para saídas de pista e capotamentos, elevando o número de acidentes no trecho entre Formosa/GO e Planaltina/DF

Página na internet da publicação na revista eletrônica "Researche, Society and Development"
Página na internet da publicação na revista eletrônica "Researche, Society and Development"

Um importante periódico internacional do meio científico, a revista eletrônica Researche, Society and Development (Pesquisa, Sociedade e Desenvolvimento, tradução livre) publicou, no final do mês de maio, em sua edição nº6 de 2021, artigo sobre pesquisa realizada pelo Câmpus Formosa do Instituto Federal de Goiás (IFG) que indicou aumento do número de acidentes de trânsito na BR-020 provocados pela saída de pista e capotamento.

O dado foi constatado no trabalho intitulado “Influência da duplicação da BR-020 no número de acidentes de trânsito entre Planaltina/DF e Formosa/GO”, de autoria do professor do Câmpus Formosa do IFG, André Augusto Nóbrega Dantas; dos alunos de Engenharia Civil do Câmpus, Felipe Barbosa Cobalchini Santos e Geovanna Santos Pignata; e do doutorando em Estruturas e Construção Civil - Engenharia Civil, pela Universidade de Brasília (UnB), Yuri Fraga.

O resultado alarmante da pesquisa foi possível ser encontrado devido a uma análise qualitativa de pesquisas científicas e de dados fornecidos pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) e Departamento da Polícia Rodoviária Federal (DPRF). A DPRF emite anualmente um relatório com todos os acidentes que ocorrem em cada quilômetro das BRs. Nos documentos, disponibilizados pelo DNIT, constam o número e o tipo de acidentes ocorridos.

A partir do cruzamento de dados anteriores e posteriores ao término da duplicação, os pesquisadores constataram a elevação dos números e o surgimento de novos tipos de acidentes, que passaram de colisões frontais e traseiras a capotagens e saídas de pista. Conforme a pesquisa, isso acontece em função do traçado com sequências de curvas em retornos. Assim, antes da duplicação, em 2008, ocorreram 72 acidentes; em 2009, o número aumentou para 117, chegando a 152 acidentes em 2013.

A BR-020 é uma rodovia federal radial, com 2.038 quilômetros, que nasce em Brasília/DF e se encerra em Fortaleza/CE. A duplicação do trecho entre o Km 24 e Km 58 (Planaltina/DF-Formosa/GO) foi finalizada em 21 de dezembro de 2009, após enorme movimentação da sociedade, principalmente dos moradores de Formosa/GO, Planaltina/DF e localidades circunvizinhas, que transitavam com frequência na rodovia para trabalho e lazer e testemunhavam grande número de ocorrências no trecho.

A iniciativa tinha o claro intuito de reduzir o número de acidentes com os incrementos de pavimentação, sinalização e acostamento, somados a barreiras eletrônicas. De acordo com o professor André, “todas as melhorias elaboradas nas rodovias são investimentos que se fundamentam na segurança e qualidade de vida de seus usuários”. Entretanto, a pesquisa apresentou um resultado surpreendentemente negativo: as melhorias na rodovia associadas à alta velocidade empreendida pelos motoristas são motores propulsores para a elevação do índice de acidentes.

Na pesquisa, mestre e estudantes justificam que pistas em boas condições levam os motoristas a aumentarem a velocidade dos veículos. Para o professor, a solução está na fiscalização e conscientização. “Para que tal controle seja realizado com sucesso, é primordial que se tenha um aumento de fiscalização, sejam por dispositivos móveis ou estáticos, além de uma criteriosa manutenção dos elementos de sinalização para orientação e conscientização dos motoristas”, afirmou.

A pesquisa terá continuidade. Para isso, será feito um acompanhamento dos números e informações da rodovia a cada 36 meses. “Esse tempo é necessário para que possamos levantar novamente o número de acidentes e algum tipo de intervenção que possa ser feita na infraestrutura da via”, justificou o professor.

 

Pesquisa em área afim

Publicação do artigo "Aeroporto Internacional de Brasília Juscelino Kubitschek: antes e depois da Copa do Mundo 2014" na revista de edição nº10, do Vol. nº 9

 

Essa não é a primeira vez que o professor André Augusto e os alunos Felipe e Geovanna tiveram artigo publicado na revista Researche, Society and Development. Em setembro de 2020, a publicação também dizia respeito à infraestrutura de transportes do país, com a pesquisa Aeroporto Internacional de Brasília Juscelino Kubitschek: antes e depois da Copa do Mundo 2014.

Nela, eles realizaram uma análise para descobrir se os investimentos realizados na infraestrutura do aeroporto durante a Copa de 2014 foram quitados. Na época, a expectativa de aumento da demanda oriunda da Copa do Mundo Fifa 2014 e dos Jogos Olímpicos Rio 2016 era justificativa para investimentos na ordem de R$ 1,7 bilhão.

Por meio de pesquisa documental em anuários estatísticos da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DCEA) e da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), eles caracterizaram o aeroporto em relação ao número de eventos, pousos, decolagens, passageiros que utilizaram o aeroporto, embarques, desembarques e contribuição de companhias aéreas neste período. Os dados foram relacionados aos períodos pré e pós-eventos. Isso possibilitou a verificação de mudanças e retornos positivos e negativos em relação aos lucros obtidos com as reformas de modernização da infraestrutura.

Analisando dados do DCEA, o grupo concluiu que houve redução de 24,3% no número de eventos – decolagens, voos, sobrevoos, toques e arremates – entre 2012 e 2019. O ano de pico – 2015 – apresentou o maior número de eventos aéreos do período, no Aeroporto Internacional de Brasília, devido a tarifas e passagens mais baratas. Assim, comparando com dados gerais do território nacional, eles afirmaram que as melhorias não foram suficientes para manter a demanda elevada nos anos posteriores ao término dos eventos esportivos, entretanto, que os investimentos conseguiram suprir as necessidades.

Eles foram mais longe, afirmando ainda que a concessionária Inframérica, que passou a administrar o aeroporto em dezembro de 2012, conseguiu cobrir os gastos investidos na modernização e obter um certo lucro até 2017, com o valor de R$ 1.719.750.000. Entretanto, observando os dados fornecidos, após 2017 sofreu perdas, reduzindo o patrimônio líquido total para R$ 1.667.043.000.

O próximo passo em pesquisa já está sendo dado com a abertura de novos projetos, “Materiais alternativos para potencial uso em obras rodoviárias”; “Confeção de equipamentos didáticas aplicados ao curso de Engenharia Civil”, “Análise e Concepção de um novo sistema de transporte urbano para o município de Formosa – GO” e “Análise e Caracterização Geotécnica das Manifestações Patológicas do Município de Formosa – GO”.

 

Acesse aqui na íntegra o artigo Influência da duplicação da BR-020 no número de acidentes de trânsito entre Planaltina/DF e Formosa/GO.

Clique aqui para acessar o artigo Aeroporto Internacional de Brasília Juscelino Kubitschek: antes e depois da Copa do Mundo 2014.

 

Setor de Comunicação Social/Câmpus Formosa

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