Servidora apresenta pesquisa sobre o IFG em evento nacional
O trabalho aponta como as práticas educativas da Instituição geram transformações que impulsionam o jovem do Ensino Médio Técnico Integrado
Ser uma instituição de ensino inovadora requer atenção nas práticas educativas. As práticas político-pedagógicas do Instituto Federal de Goiás (IFG) e seus impactos no jovem do Ensino Médio serão tema da apresentação virtual de parte do trabalho de doutorado da psicóloga do Câmpus Formosa, Fernanda Pimentel Faria de Miranda, no 22º Intercâmbio de Pesquisas em Linguística Aplicada (InPLA), da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), nesta sexta-feira, 12 de novembro.
O trabalho Práticas Dialógicas em Tensões Polifônicas nas Trajetórias de Transição Educacional será apresentado no Simpósio 3 do evento, à luz do assunto Temas, Diálogos e Reflexões Sobre o Ensino: Linguística, Psicologia e Educação em Foco. A servidora fará a apresentação de resultados do seu trabalho de doutorado pela Universidade de Brasília (UnB), intitulado Do Ensino Médio à Universidade: produção da identidade juvenil em transição.
O objetivo da pesquisa é analisar dinâmicas intersubjetivas que surgem e se modificam durante os períodos de transição mobilizando uma transformação pessoal e coletiva entre estudantes e professores. “O trabalho quer explicitar que nessa transição educacional ao longo do ensino médio existem práticas educacionais que estão abertas à negociação, à construção coletiva do espaço escolar, entre professores e estudantes e dos estudantes entre si. Contudo, há certas práticas educacionais que não permitem essa reformulação”, explicou a pesquisadora. O trabalho chama a atenção para mudanças no processo de identidade no final da adolescência e início da vida adulta.
Práticas transformadoras
Para a realização do trabalho, foi necessário acompanhar por 25 meses as trajetórias educacionais de cinco jovens em estágios diferentes (do primeiro ano ao egresso) do Ensino Médio Técnico Integrado do Câmpus Formosa. O resultado das entrevistas indicou que o IFG, ao mesmo tempo em que possui uma grade curricular extensa, com grande número de disciplinas, tem práticas educacionais dialógicas, inovadoras para tal contexto do Ensino Médio, e ainda mais: que o IFG, como um todo, é uma instituição que se destaca pela inovação. “As práticas instituídas favorecem rupturas e transformações nos jovens, pela pesquisa, estágio, metodologia de ensino semelhante às das universidades federais do país, como uso de laboratório, participação em eventos, produção de artigos, discussões mediadas por textos”, justificou Fernanda.
A transformação pessoal pela qual passa o aluno do ensino médio técnico do IFG é visível. A análise das entrevistas realizadas com os estudantes mostrou que o IFG proporciona a transformação do jovem em momentos de diálogo, discussão, reflexão, expressão de opiniões e debates de pontos de vista. O jovem entende o IFG como uma “escola livre”, com novas práticas, mediadas pelo respeito à liberdade de expressão, à possibilidade de ter voz e à luta por direitos. Ao ingressar na Instituição, o jovem passa por um processo de amadurecimento e, portanto, mudança.
Além de práticas educacionais inovadoras, o Instituto Federal tem como novidade a participação democrática na construção da Instituição. Ela se dá pela participação de representantes de todos os segmentos na tomada de decisões acerca da Instituição. “O IFG tem o espaço de construção institucional, via política institucional, mas também é aberto a outras negociações políticas para fora da instituição, que são as representações estudantis. A instituição, em si, já prevê a participação democrática no seu próprio processo de funcionamento, e isso é um diferencial em relação a outras escolas de Ensino Médio, sejam públicas ou particulares”, salientou.
Ao ingressar no primeiro ano do Ensino Médio, o aluno leva consigo a experiência tradicional do ensino fundamental. Durante a sua formação secundarista no IFG, ele se depara com uma instituição que preza pela autonomia e participação de todos. “Essa potência inovadora do IFG faz com que essas pessoas modifiquem o que chamamos de ‘agencialidade’, que é a intenção de modificar a si e aos espaços onde se convive”, diz a doutoranda, e completa: “ele deixa de ser tão observador, no primeiro ano, para ser participante propositor do processo, no último ano”.
22º InPLA
O 22º Intercâmbio de Pesquisas em Linguística Aplicada, com o tema central Linguagem e Interfaces – aproximação e distanciamentos, teve início na segunda-feira, 8 de novembro, e se encerra amanhã, 12. O evento conta com a participação de pesquisadores representativos da Linguística Aplicada e Estudos da Linguagem do Brasil e de outros países. Estão sendo realizadas conferências, estudos temáticos, mesas-redondas e apresentação de trabalhos em simpósios.
Acesse aqui a página eletrônica do evento.
Coordenação de Comunicação Social/Câmpus Formosa
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