Evolução da Cybersegurança é tema da palestra de abertura
“Não há sistema violável, pois todo sistema depende de alguma pessoa que é violável”, afirmou a engenheira de software, Jackeline Neves de Almeida
Em consonância com o Decreto Presidencial de 9 de junho de 2004, que instituiu a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT) no país, o Câmpus Formosa do Instituto Federal de Goiás (IFG), desde a sua criação, nunca deixou de realizar a Semana Nacional de Educação, Ciência e Tecnologia (Secitec), mesmo durante o período pandêmico, com o Ensino Remoto Emergencial do IFG. Ontem, 16 de novembro, foi o primeiro dia da sua décima terceira edição, que chegou com um sabor diferente, após três anos de sua última realização presencial. O evento conta com recursos oriundos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT).
Na abertura do evento, no Teatro Guaiá, o coordenador da XIII Secitec, professor Daniel Ordine Vieira, lembrou que a Secitec nasceu a partir de uma política de Estado, de competência do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), e que a ciência, mais do que nunca, mostra exercer um papel fundamental na sociedade. "Agora a gente está voltando da pandemia, que foi um momento em que a ciência brilhou, e brilhou porque a gente teve vacinas, tratamentos, que não conseguiríamos fazer se não fosse a ciência. E não só as ciências da saúde, tem uma questão também de um olhar atento para a sociedade", declarou.
Tecnologia
Após a fala do coordenador, foi o momento de conhecer o tema da palestra de abertura: Evolução da Cybersegurança. A engenheira de software Jackeline Neves de Almeida, classificada entre as 25 mulheres em cybersegurança na América Latina (TOP 25 Women in Cybersecurity), já trabalhou apresentou um histórico sobre a evolução da segurança. “Inicialmente não havia a pretensão de ser algo maldoso”, disse Jackeline. Desenvolveu-se um protótipo de vírus na década de 1970 para instalar programa em vários computadores ao mesmo tempo. A partir dele, surgiram os vírus maliciosos.
Os ataques cibernéticos tornaram-se comuns e no Brasil cresceram espantosos 950% em relação a 2021, segundo relatório da Fortinet. Atualmente, a área da saúde é a que mais sofre com os ataques, que são realizados para gerar visibilidade, já que é tema de interesse da população; para pedir pagamento de resgate de dados; porque ainda há baixa capacitação em segurança, dentre outras razões. Ela, que fez parte da equipe de Coordenação de Segurança da Informação do Ministério da Saúde e liderou o tratamento e resposta aos incidentes de segurança do Ministério durante a pandemia, sabe o porquê dos ataques. “Todo mundo precisa de saúde. Naturalmente, tem uma maior visibilidade”, justificou.
“A gente está num momento que está se tornando muito assustador”, reconheceu Jackeline. Segundo ela, o cybercrime foi profissionalizado. Organizações criminosas lançam programas de recompensas para aqueles que reportam vulnerabilidades e informações de melhorias. “Quando você tem uma senha vazada, você coloca toda essa arquitetura, essas camadas de segurança, todos estes investimentos que foram feitos, vulneráveis”, explica. “O bitcoin facilita os pagamentos de resgate”, porque a moeda dificulta o rastreamento dos pagamentos. “Não há segurança cem por cento”, resume, ela.
Jackeline, que hoje está à frente da Coordenação-Geral de Infraestrutura e Segurança da Informação do Datasus, afirma que “incidentes de segurança não são mais uma questão de ‘se’, mas de ‘quando’”. Ela conhece o poder da informação e alerta para a necessidade, dentre muitas outras, da educação das pessoas como forma de proteção. Além da educação, ela aponta o conceito de Security by Design, termo em inglês que tem a ver com a previsão de riscos para o desenvolvimento de práticas, produtos e recursos de software mais seguros. “É um conceito que posso trazer para a vida. Posso pensar, em vez de uma senha de quatro dígitos, em uma senha de oito dígitos”.
O conceito de Zero Trust ou “confiança zero” também é outra dica para mais segurança no meio cibernético. “Desconfie de tudo. Se você trouxer esse conceito para a sua vida, você terá mais sucesso na parte de segurança”. Senhas fortes e mais difíceis com significado possível apenas para o criador dela; o uso de senhas inéditas sempre, o corte de privilégios estabelecidos pelos próprios usuários para facilitar acessos e o não uso de contas em computadores diferentes também tornam a segurança mais palpável, no mundo tecnológico de hoje. “Acho que o momento é muito importante, porque, no futuro, a gente não vai conseguir não falar de segurança na informação. Provavelmente este é um tema que vai estar nas nossas escolas”, finalizou.
Atividades
Além da palestra de abertura sobre cybersegurança, no primeiro dia a XIII Secitec levou aos participantes oficina de Teatro, com o renomado Almir Ribeiro, palestra sobre insumos biológicos na agricultura, técnicas de coloração de tecidos animais e vegetais, saneamento básico no Brasil, percurso docente, ensaios laboratoriais de materiais de construção civil e uma apresentação de componentes da banda Jaguaras, formada por alunas e alunos do IFG. A Finatec, da Universidade de Brasília (UnB), divulgou os cursos de empreendedorismo para jovens mulheres e jovens negros, que estão com as inscrições abertas. Passaram pelo Câmpus os colaboradores, sejam palestrantes ou oficineiros, Datasus, Tchê Agrícola, UnB e Finatec.
Acesse o Sugepe do IFG, veja a programação e faça a sua inscrição.
Veja fotos do evento no álbum Secitec 2022, no Facebook do Instituto Federal de Goiás - Câmpus Formosa.
Coordenação de Comunicação Social/Câmpus Formosa
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