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Ensino

IFG-câmpus Cidade de Goiás atende estudantes de comunidade indígena

Publicado: Segunda, 19 de Abril de 2021, 11h21 | Última atualização em Sexta, 30 de Abril de 2021, 16h10

Marina e Franciel são do território indígena Xakriabá e fazem o curso técnico integrado em Agroecologia

Marina Xakriabá
Marina Xakriabá

Hoje, dia 19 de abril, convencionou-se no Brasil a comemoração do Dia dos povos indígenas. É com orgulho que nessa data contamos um pouco da história de dois estudantes pertencentes ao território indígena Xakriabá, localizado no município de São João das Missões no Norte de Minas Gerais, que ingressaram no Curso Técnico Integrado em Agroecologia do IFG-câmpus Cidade de Goiás no início de 2020.

Os estudantes foram incentivados a procurar o câmpus por uma tia que é estudante do curso de direito da Universidade Federal de Goiás (UFG). “Minha tia queria que tivéssemos uma oportunidade dessa, ela falou com meus pais que ficaram com receio no início, minha mãe é muito preocupada, mas acabou que deu certo e hoje ela me incentiva muito. Eu fico feliz de poder realizar o sonho dela e o meu também que é ter um bom estudo e melhorar nossa vida”, explica Marina.

Marina e Franciel frequentaram apenas dois meses de aulas presenciais no câmpus, com as restrições impostas pela pandemia, as aulas passaram a ocorrer de maneira remota, e os estudantes da comunidade indígena receberam apoio com fornecimento de equipamentos e internet por meio do edital “alunos conectados” para acompanhar as atividades de seu território. O acesso à internet no território não é permanente, assim os estudantes têm que se locomover por 8 quilômetros para conseguir baixar o material de estudo.

A professora Iara Jaime de Pina explica que o ingresso de estudantes com esse perfil na instituição é um desafio grande que enriquece muito o processo dialógico de ensino aprendizagem. “Como Instituição aprendemos muito mais, eles nos ensinaram essa forma holística de ver o mundo, a construção do conhecimento sistematizada  em disciplinas é construção do nosso mundo mundo branco ocidental, para eles tudo está num processo integrado, isso trouxe pra nós a demanda de transgredir para além das disciplinas, a pensar o conhecimento de uma forma integral. É um desafio! Ainda não conseguimos pensar um projeto de ensino mas sempre pensamos uma maneira de partir do contexto deles”.

Outro ponto muito importante é o enriquecimento das relações entre os estudantes, a professora Iara ressalta que a presença de Marina e Franciel fez com que a visão estereotipada do índio distante caísse por terra. “Os outros começaram a compreender que os indígenas precisam de seus territórios mas que também estão nas cidades, nas escolas, que precisam ser vistos de outra maneira, afinal a cultura é dinâmica”.

Na avaliação de Marina, o início das aulas foi a fase mais difícil. “Mas com o passar do tempo e a ajuda de todos os professores, conseguimos nos adaptar e hoje eu sinto que é uma experiência muito boa”. Iara, professora de agroecologia, analisa que a Instituição ainda precisa melhorar as políticas de assistência estudantil pensando melhor nas especificidades dos grupos culturalmente diversos como indígenas e quilombolas. “Porque durante a nossa história tivemos processos diversos, e pensar esses grupos deve levar em conta esses mais de 500 anos de desigualdade enfrentados por eles”.

 

Saiba mais sobre a história, origem e território do povo Xakriabá

 

Comunicação Social/câmpus Cidade de Goiás

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