Grupo de dança 'Corpo Composto' participa de projeto de Formação de Socioeducadores
Integrantes do grupo estiveram com socioeducadores em curso de formação, apresentaram trechos de seus repertórios e dialogaram sobre adolescência
Alunos do Instituto Federal de Goiás (IFG) – Câmpus Aparecida de Goiânia que integram o grupo de dança Corpo Composto participaram nesta terça-feira, 16 de abril, de um módulo do Projeto de Formação de Socioeducadores do Estado de Goiás - período 2019/2020, uma parceria da Universidade Federal de Goiás (UFG) com o Governo do Estado. Os socioeducadores atuam na socialização de adolescentes em conflito com a lei e os jovens dançarinos do IFG conduziram o módulo sobre Arte e Experiência, dialogando com socioeducadores sobre seus processos criativos, apresentando trechos de seu repertório e dialogando sobre as tensões, oportunidades e privilégios da adolescência.
Os integrantes do grupo estavam acompanhados da professora Giovana Consorte, que é docente no curso de Licenciatura em Dança do IFG e uma das diretoras do Corpo Composto, integrado principalmente por estudantes dos cursos técnicos de nível médio. “A receptividade foi extremamente positiva e as trocas entre os socioeducadores e os bailarinos foram bastante significativas”, afirma a professora Giovana. Ela conta que o Corpo Composto foi convidado a participar do projeto pelo Centro de Ensino, Pesquisa e Extensão do Adolescente (Cepea), vinculado à Faculdade de Educação da UFG.
O sistema socioeducativo do Estado de Goiás possui 700 servidores em diferentes municípios, tendo sido iniciado por Goiânia o curso em parceria com a UFG, que é de 70 horas/aula. O curso inclui temas relacionados ao adolescente em conflito com a lei, questões de gênero e sexualidade, entre outros pontos. Giovana Consorte afirmou ter a expectativa de que o Corpo Composto possa conduzir mais edições do módulo sobre Arte e Experiência nas cidades que possuem unidades do socioeducativo e também compõem o projeto.
Sendo adolescente
Para a dançarina Larissa Pascoal a ação foi “extremamente gratificante”. Ela conta que os integrantes do Corpo Composto compartilharam suas histórias de vida e experiências, o que ela acredita ter aproximado os bailarinos dos socioeducadores, bem como da realidade dos adolescentes com quem eles estão envolvidos. “Independentemente do que tenha feito ou da medida socioeducativa que está cumprido, ele continua sendo adolescente e, em meio aos seus momentos de crises, ele só precisa de acalento e de alguém que diga que estará com ele nessa caminhada”, ressaltou Larissa.
O bailarino Odilon Moreira comenta que é muito importante trabalhar o emocional de socioeducadores, em função de uma atividade que "embrutece os sentimentos". Para Odilon, a realidade de menores infratores nas unidades socioeducativas são de extrema precariedade e onde são tratados como bandidos. "Eu, como artista da dança, penso que essas ações fazem parte de uma pequena parcela onde podemos mostrar ao próximo o sentimento de empatia", diz. Odilon completa que devemos, antes de criticar, saber os motivos que leva uma pessoa considerada "ruim" ou "do mal" passar pelo que está passando.
Coordenação de Comunicação Social e Eventos / Câmpus Aparecida de Goiânia
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