Cambaúba, filme realizado na Cidade de Goiás, teve sua estreia na 26º Mostra de Tiradentes
A cineasta, pesquisadora e professora do IFG, Cris Ventura, realizou o longa-metragem como processo de investigação sobre a narrativa híbrida no cinema, tema de sua pesquisa de doutorado.
O filme Cambaúba, que estreou no último dia 25 de janeiro na Mostra Olhos Livres da 26º Mostra de Tiradentes, é uma realização da professora do Bacharelado em Cinema do IFG, Cris Ventura, como parte de sua pesquisa de doutorado em Performances Culturais pela Universidade Federal de Goiás (UFG). A produção envolveu alunos e egressos do curso, além de pessoas da comunidade vilaboense. O filme realizado, inicialmente, com recursos próprios e em cooperação com uma equipe reduzida, teve o processo de finalização contemplado com recursos da Lei Aldir Blanc. A professora Cris Ventura diz que sentiu uma boa recepção do público e da crítica no Festival de Tiradentes.
Durante o período de afastamento para qualificação Cris Ventura tinha a previsão de realizar uma etnografia de um set de filmagem como um dos métodos de pesquisa, porém exatamente nesse período, veio a pandemia da COVID-19, que acometeu um elevado número de mortes no Brasil e no mundo o que a levou a uma mudança de planos da pesquisa. "Em 2020, muitas atividades ficaram suspensas, principalmente as produções artísticas que são realizadas em grupo, como o cinema. Em 2021, quando já havia iniciado a vacinação pensei em possibilidades para executar a pesquisa em curso então propus uma realização cinematográfica entre minhas vizinhas da rua da Cambaúba. Ainda não havia um roteiro ou uma proposta bem definida, inicialmente realizei alguns registros dos cotidianos com uma câmera de celular dos trabalhos em home office e suas atividades em casa. Após alguns meses de filmagem, começaram a surgir algumas cenas e as conexões entre elas permeado pelo contexto histórico da cidade, principalmente pela rua Bartolomeu Bueno, que recebe o apelido de rua da Cambaúba. O fato desta rua ter o nome do bandeirante, conhecido como Anhanguera (traduzido por muitos como Diabo Velho), e ao mesmo tempo ser conhecida como Cambaúba (nome de origem indígena), que significa planta de galho fino que era utilizada para se fazer flecha, essa incongruência chamou minha atenção e isso se torna o mote do filme", explica.
Cambaúba, se envereda também pelas lendas e memórias da cidade. A lenda da Carioca, se torna uma fonte de inspiração, bem como acontecimentos marcantes como a grande enchente de 2001, o caminhão de sangue bovino tombado às margens do Rio Vermelho, em 2018, tingindo de vermelho as águas.
Assista ao Trailer: https://www.youtube.
A tese “A performance do ator-personagem na cinematografia de narrativa híbrida: processo criativo e ritualidade”, que investiga a realização cinematográfica híbrida, da qual Cambaúba é fruto, será defendida pela professora Cristiane Moreira Ventura, no próximo dia 14 de fevereiro. A pesquisa é orientada pela prof. Dra. Lara Satler, e co-orientada pela prof. Dra. Manuela Penafria.
Redes Sociais