Lana Reis fala sobre sua conquista para o Vestibular de Medicina na UNEB
Lana é egressa do Técnico Integrado em Produção de Áudio e Vídeo
No último dia 10 de março, Lana Reis de Souza foi destaque em matéria do jornal Diário da Manhã que narrou sua história de vida e a recente conquista que foi a aprovação no vestibular em Medicina da Universidade Estadual da Bahia (UNEB). O texto deu destaque aos desafios que Lana, mulher trans nascida em família humilde na cidade de Itaberaí, teve que enfrentar ao longo de sua vida como a perda de sua mãe durante o seu processo de preparação para o vestibular.
Lana terminou o Curso Técnico Integrado em Produção de Áudio e Vídeo no IFG – câmpus Cidade de Goiás no ano passado, 2022. Em entrevista, ela falou um pouco sobre a importância da Instituição em sua vida. Acompanhe abaixo:
Como foi seu ingresso no IFG? O que te fez buscar a Instituição?
Então, eu sempre quis ter um ensino bom e o IFG sempre foi referência. Procurando saber mais a respeito de boas escolas eu encontrei o Curso Técnico Integrado ao Ensino Médio em Produção de Áudio e Vídeo o que me interessou muito.
Como foi fazer o Ensino Médio no IFG-câmpus Cidade de Goiás?
Foi uma experiência maravilhosa e única, me senti muito bem acolhida por todos, principalmente pelo pessoal da Coordenação de Assistência Estudantil (CAE) e da Coordenação Acadêmica. Sem eles acredito que nem teria concluído o curso. Tanto a parte acadêmica quanto para a construção pessoal acho que o IFG agrega muito.
Como foi seu processo de transição de gênero?
Foi um processo bem tranquilo, me descobri bem cedo e tive bastante apoio familiar.
Teve algum projeto ou programa do IFG que tenha te ajudado a entender melhor sua condição?
Não necessariamente nada específico mas teve o Projeto Ventre Livre que me ajudou muito com relação a me entender enquanto mulher. Foi uma experiência maravilhosa.
Quando divulgamos a notícia do Jornal que conta sua história recebemos comentários nas redes sociais perguntando “o que teria a ver a sexualidade com a aprovação no vestibular”, o que você tem a dizer sobre isso?
Acredito que essa pessoa queria se referir ao meu gênero (risos), então, tem tudo a ver! Pessoas trans possuem uma dificuldade enorme de acesso ao estudo, diariamente somos envergonhadas com relação a nome, pronome de tratamento e isso dificulta muito se sentir acolhida, o que afeta diretamente o rendimento escolar. Não tenho tanta propriedade para falar sobre transfobia pois como comecei a transição cedo, nunca sofri muito com isso. Mas além de ser uma forma de outras pessoas trans entenderem que podem estar em qualquer lugar que quiser, também serve para mostrar que ainda que a sociedade não nos queira em diversos lugares, por exemplo um curso tão elitizado como medicina, nós estaremos presentes!
Por que escolheu o curso de medicina?
Desde pequena esse sempre foi meu maior sonho, sempre quis poder cuidar das pessoas que amo. Com a perda da minha mãe isso só aumentou, sei o quanto um médico que realmente se importa faz a diferença.
Quais são seus planos para os próximos anos?
Meu foco agora é cursar medicina da melhor forma, realmente viver toda a experiência que o curso pode me proporcionar. Além de que planejo procurar sobre ligas acadêmicas e residências na área de oncologia, um tema que me interessa muito.
Você teria alguma mensagem para deixar para outros estudantes que sonham fazer um curso como este?
Acredito que o melhor a se dizer é para nunca desistir, não é fácil e principalmente no processo de vestibular nós ficamos muito esgotados, mas que cada segundo vai valer a pena quando a aprovação chegar!
Leia a matéria completa do Jornal Diário da manhã aqui
Redes Sociais