Concluintes de cursos superiores encerram nesta semana defesas de TCC no IFG Aparecida

Nataly Lobão, formanda do curso de Licenciatura em Pedagogia Bilíngue, no momento da defesa de seu TCC

Concluintes dos três cursos de nível superior do IFG – Câmpus Aparecida de Goiânia estão encerrando nesta semana as defesas de seus Trabalhos de Conclusão de Curso (TCCs). Os alunos de último período dos cursos de Bacharelado em Engenharia Civil, Licenciatura em Dança e Licenciatura em Pedagogia Bilíngue estão apresentando suas pesquisas às respectivas bancas avaliadoras em ambiente virtual, assim como ocorreu nos dois semestres anteriores, em função da necessidade do isolamento físico imposto pela pandemia de Covid-19. Os formandos relatam que conseguiram se adaptar às circunstâncias para realizar suas pesquisas garantindo a qualidade do trabalho. Os coordenadores dos cursos apontam aspectos positivos e negativos no novo contexto de realização de pesquisas e destacam, no desafio de garantir a qualidade do ensino, o cuidado do IFG com os alunos e o empenho na adaptação à nova conjuntura de ensino-aprendizagem.

As defesas de TCC do semestre 2021/1 tiveram início no dia 13 de agosto, com Larah Thaís Neves Fabrício, que é formanda do curso de Bacharelado em Engenharia Civil, e segue até este sábado, com o trabalho de Alessandra Tavares, concluinte da Licenciatura em Pedagogia Bilingue. Ao todo, são 15 estudantes no cumprimento dessa importante etapa de seus cursos de graduação. Confira abaixo os nomes dos formandos e das respectivas pesquisas realizadas.

Com um tema coincidente à realidade do momento, por abordar como as informações e principalmente a Dança se posicionam no ciberespaço, a pesquisa de Bruno Santana da Silva, formando do curso de Licenciatura em Dança, embora não tenha sido motivada pelo distanciamento físico, traz estudos úteis para uma conjuntura em que as plataformas virtuais têm ganhado mais força. A partir de uma pesquisa bibliográfica e da análise de canais de dança na plataforma YouTube, Bruno apresenta os caminhos e as escolhas do papel dos criadores de conteúdo de dança para aquele espaço.

Bruno Santana da Silva ingressou no curso de Licenciatura em Dança em 2015, tendo já cursado a maioria das disciplinas antes do período de Ensino Remoto Emergencial. Para ele, realizar a pesquisa do TCC a distância não foi um problema, mas considera que o estágio acabou sendo um pouco prejudicado, “mas foi possível sim adaptar à situação que estamos vivendo”, comenta.

Formação de qualidade

Essa adequação do trabalho ao imperativo do isolamento foi uma necessidade de todos os pesquisadores, em maior ou menor intensidade. Nataly Lobão, formanda do curso de Licenciatura em Pedagogia Bilíngue, conta que teve dificuldades para conciliar a faculdade com problemas que surgiram no decorrer da pandemia e que a pesquisa de campo que realizaria em escola precisou ser aplicada via questionário online. Mas a estudante confia na qualidade de sua formação e diz sentir-se preparada para o trabalho como profissional. “O curso de Pedagogia Bilíngue em geral foi muito bom e os professores muito qualificados, mesmo no ensino remoto, sempre com a preocupação de nos trazer um ensino de qualidade”, completa.

Concluinte do curso de Bacharelado em Engenharia Civil, Marcus Vinícius Cabral Mesquita avalia que o Ensino Remoto não foi obstáculo, porque é acostumado a fazer cursos extracurriculares na modalidade a distância. Sua pesquisa, da mesma forma, precisou de muito poucas adaptações. Ele conta que fez a maior parte das leituras no formato digital e as entrevistas realizou todas por telefone. “Talvez, em outra situação, teria ido até os órgãos e tentado um contato pessoalmente”, pondera.

Marcus Vinícius realizou estudos de caso nos parques Vaca Brava e Cascavel. Ele não precisou reduzir o número de visitas que necessitava para os levantamentos fotográficos da pesquisa. “Eu apenas escolhi os horários em que haveria menos movimento, parte pela pandemia e parte para facilitar o levantamento dos dados. Quanto mais cheio, mais difícil se fotografar o local sem interferências visuais”, explica.

Cuidado e persistência

Os coordenadores dos cursos avaliam que os inevitáveis impactos do Ensino Remoto Emergencial apresentaram desafios com resultados positivos e negativos. No enfrentamento da adversidade, eles apontam também o empenho dos professores para manter a qualidade do ensino oferecido pelo IFG.

A coordenadora do curso de Licenciatura em Dança, professora Luciana Gomes Ribeiro, considera que o aspecto negativo do Ensino Remoto aos projetos e às pesquisas estaria principalmente na impossibilidade do trabalho de campo, na maioria dos casos, levando orientandos e orientadores à necessidade de reformular o projeto de pesquisa. O aspecto positivo, para Luciana, é a abertura para novos instrumentos de trabalho e novas maneiras de se aproximar dos objetos de pesquisa e das pessoas. Outro ponto positivo levantado por ela é a possibilidade de mais pessoas poderem acompanhar as defesas dos Trabalhos de Conclusão de Curso.

Luciana destaca que a dedicação do IFG à qualidade do ensino oferecido aos estudantes mantém-se presente. “Sempre o desafio da adaptação e do cuidado para com os alunos e para com o conhecimento em si. Eu acho que essa é uma questão que o IFG preza muito. A gente tá sempre se dedicando, se debruçando sobre esse cuidado com o aluno, a acessibilidade, a possibilidade de permanência e de continuidade dos trabalhos, dos estudos e com a pesquisa em si”, afirmou.

A coordenadora do curso de Pedagogia Bilíngue, professora Késia Mendes Barbosa Oliveira, aponta o fator dialético da situação, em que a dificuldade de se fazer pesquisa é causada pela própria situação que a faz ser ainda mais necessária. “É realmente pensar que é um esforço redobrado de quem faz pesquisa nesse contexto, que nos atinge tanto emocionalmente, intelectualmente”, diz. A professora Késia avalia que as pesquisas realizadas são um exercício de persistência e de esperança. “Esperança de que juntos, se a gente persistir no estudo, na pesquisa e no cuidado mútuo, que é tudo isso que a gente quer quando a gente investe em ciência, a gente vai sair dessa”, explica.

Desafio e ressignificação

Para o coordenador do curso de Bacharelado em Engenharia Civil, professor Murilo Meiron de Pádua Soares, o grande desafio é garantir a qualidade do processo de elaboração, produção e defesa dos trabalhos, que precisaram ser ressignificados. Ele pontua que a não proximidade física do estudante com seu orientador, no momento que precisa de imersão no objeto de estudo, pode ser desestimulante e destacou também o aprofundamento de diferenças de base social. “Sabemos que a realidade tecnológica não é igual para todos os alunos. Desta forma, o resultado dos trabalhos também não é o mesmo. Com a pandemia, as diferenças socioculturais de muitas famílias geraram a necessidade de contribuição dos filhos para seu sustento”, exemplifica.

Por outro lado, Murilo avalia que houve também mudanças positivas no Ensino Remoto, como o favorecimento na comunicação acadêmica, em metodologias de ensino, métodos de avaliação dos estudantes, reuniões, participação em atividades de pesquisa e extensão em diferentes lugares, entre outros. Para o professor Murilo Meiron, essas mudanças vieram para ficar: “Os desafios apresentados ressignificaram o processo de ensino-aprendizagem não apenas para os estudantes, mas também para os docentes.  Foram incorporadas ferramentas aos métodos de ensino e aprendizagem que se tornarão indispensáveis a partir de um novo cenário acadêmico”.

Apresentações dos Trabalhos de Conclusão de Curso – 2021/1

IFG – Câmpus Aparecida de Goiânia

Coordenação de Comunicação Social e Eventos / Câmpus Aparecida de Goiânia