Grupo Yotta desenvolve projetos inovadores na área de robótica
Com boas ideias e muita vontade de fazer acontecer, é assim que o grupo Yotta - Robótica e Tecnologia do Instituto Federal de Goiás (IFG) – Câmpus Goiânia tem desenvolvido vários projetos em pouco mais de seis meses de existência da equipe, criada em 21 de julho de 2016. Entre as inovações já desenvolvidas, destacam-se o projeto de automação residencial voltado para pessoas com deficiência, um robô feito com brinquedo Lego e até um alimentador automático para pets. Composta por alunos dos cursos técnicos integrados em Eletrônica e Eletrotécnica e apoio do grupo de robótica do câmpus, o GynBot, a equipe estudantil já disputa competições nacionais da área e almeja transformar o grupo em uma empresa e patentear suas criações.
Automação residencial feita com lixo eletrônico
Com a proposta de facilitar a vida de pessoas com deficiência, a equipe Yotta participou da Maratona Maker Intel, realizada em outubro do ano passado. Segundo os alunos do primeiro ano do curso técnico integrado em Eletrônica do Câmpus Goiânia e integrantes do grupo Yotta, Joiro Gomes e Felipe Prado, inicialmente a equipe se inscreveu na maratona, enviou a ideia do projeto de automação residencial voltado para pessoas com deficiências físicas, por meio de um vídeo que o grupo produziu (assista aqui). O grupo foi um dos 50 selecionados na primeira fase da maratona. A partir daí, receberam um kit da Intel e começaram a desenvolver o projeto. A proposta foi elaborada durante um semestre em duas etapas. Uma, foi a automatização de uma porta de residência, com funcionamento ativado por meio de radiofrequência. E a segunda, foi o desenvolvimento de um aplicativo que controla o acionamento de tomadas de luzes, ventiladores ou ar-condicionado, por exemplo, por meio de rede sem fio (Bluetooth).
Sobre a criação que envolve automatização residencial, Joiro explica o funcionamento da invenção: “ O usuário aproxima o cartão e a porta identifica se esse cartão é cadastrado ou não. Assim, a porta abre e fecha automaticamente, sem precisar empurrá-la ou trancá-la. E, para isso, podem ser utilizados os mais variados cartões, até de Sitpass”, revela o estudante. Para a criação do aplicativo, o estudante explica que ele funciona mediante uma caixa, que é plugada a uma tomada de energia, a qual possui entradas para quaisquer outros eletrônicos. A partir disso, o bluetooth, presente nessa placa, ativa e desativa as tomadas. Tudo isso utilizando lixo eletrônico. “Aproveitamos algumas placas, inclusive, a de bluetooth tinha lá no GynBot, e a gente tirou de dispositivos antigos e aproveitamos. Já o controlador é uma placa que dá para usar em várias coisas. Então, a gente trabalha com ela, encerra o projeto e já dá outra utilização. É uma placa reutilizada e reprogramada”, conta o estudante Felipe Prado. Esses projetos não foram selecionados como os vencedores da competição, mas o grupo recém-criado afirma que se sentiu bastante estimulado com a classificação entre as cinquenta melhores ideias na maratona.
Criadores de robô
Ao mesmo tempo em que concorriam na maratona Maker Intel, o grupo também desenvolveu um robô feito com peças do brinquedo Lego para o Desafio Mecatrônico (DEMEC), que ocorreu na PUC – Goiás, em outubro do ano passado. A equipe conquistou o primeiro lugar na categoria menor tempo no Desafio. O robô foi criado para funcionar sem o uso de controle remoto e nem de computadores, mas sim, por meio de programação própria, o que o torna capaz de realizar ações sozinho, sem contato. “Esse robô foi feito para ser leve, o mais fácil para ser montado. A gente montou ele numa tarde e programou ele também em uma tarde e terminamos os ajustes na programação cinco minutos antes da competição”, revela Joiro Gomes.
Alimentador automático para pets
Outro projeto da equipe, que também já foi levado à competição, trata-se do alimentador automático para animais de pequeno porte. A ideia inovadora foi apresentada pelo grupo Yotta no Torneio de Robótica First Lego League (FLL), realizado em dezembro do ano passado, em Goiânia. Para essa competição, a ideia do projeto surgiu após pesquisa. De acordo com os estudantes, a FLL não é somente uma competição que estimula a criação de um robô, mas também incentiva o desenvolvimento de projetos de pesquisa temáticos. Na última edição, o tema do torneio foi a relação entre animais e pessoas.
Assim, segundo a equipe, eles começaram a pesquisar sobre o assunto e encontraram um trabalho de conclusão de curso nessa linha. Porém, os alunos contam que essa pesquisa propunha um alimentador automático pouco viável. “Era um 'megazord', gigantesco, não poupava espaço e nem energia, e ainda era economicamente inviável e voltado para alimentação de gado. Aí pensamos em fazer um projeto mais simples e para alimentar pets, animais de pequeno porte”, explica Felipe Prado. Utilizando lixo eletrônico e material reciclado, como papelão, garrafa pet, cano de PVC, entre outros, o grupo construiu o alimentador automático.
A criação foi desenvolvida em apenas um dia e meio, e agora a equipe concentra-se na fase de realizar pesquisas teóricas, para melhorar o alimentador e também desenvolver um aplicativo para que o usuário possa programar automaticamente o funcionamento da invenção. Com o aplicativo, a intenção é a de que o usuário possa programar os horários de alimentação de seus bichanos a distância. “ A pessoa vai programar o horário para que o seu cão ou gato seja alimentado. E aí, ele vai mandar o comando, via aplicativo, para o alimentador. O aparelho possui entrada USB, podendo ser recarregado no computador e ainda conta com uma bateria, caso a energia acabe”, explicam os alunos. A equipe, que já testou o uso da engenhoca na alimentação de um gato, pretende aperfeiçoar os testes para um melhor uso.
Para o futuro, o grupo Yotta almeja grandes conquistas, assim como o nome que carrega, já que o nome que caracteriza a equipe trata-se de uma das maiores grandezas numéricas, bem maior que Giga, Mega, entre outros. Os estudantes adiantam que desejam transformar a equipe em uma empresa e, assim, patentear as inovações. Para esse ano, o Yotta pretende participar da Olimpíada Brasileira de Robótica (OBR) 2017 e ainda desenvolver um colete térmico. Além disso, o grupo convida outros alunos que gostam de Robótica para se integrarem à equipe. Eles também reforçam o pedido que aceitam doações de lixo eletrônico, como contribuição para o desenvolvimento de suas criações.
Coordenação de Comunicação Social do Câmpus Goiânia.
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