Curso de eletricista predial para egressos do sistema prisional inicia no Câmpus Goiânia Oeste
O curso terá duração de sete meses e as aulas ocorrerão de segunda a sexta-feira, das 13h às 18h, no IFG Câmpus Goiânia Oeste
Aconteceu ontem, dia 10, no auditório do IFG Câmpus Goiânia Oeste, a aula inaugural do Projeto Alvorada: inclusão social e produtiva de pessoas egressas do sistema prisional. Participaram da abertura oficial do curso de eletricista predial os 30 alunos do curso, os servidores do IFG Câmpus Goiânia Oeste e as seguintes autoridades: a professora Adriana Reis, diretora executiva do IFG representando o reitor da Instituição; a técnica administrativa Lenir Barcelos, coordenadora de administração acadêmica e apoio ao ensino representando o diretor do Câmpus Goiânia Oeste; o professor Daniel Silva Barbosa, pró-reitor de extensão do IFG; o professor Emmanuel Victor Hugo Moraes, coordenador de extensão e gestor do projeto; o professor do Câmpus Goiânia Oeste e coordenador do projeto Leonardo Martins da Silva; a coordenadora do Núcleo de Defensorias Especializadas de Execução Penal da DPE-GO, Laura Silveira; e o gerente de Educação, Módulo de Respeito e Patronato da DGAP-GO, Iris Pereira da Silva Arruda. Na aula inaugural, os egressos foram recepcionados pelos servidores e pelas autoridades presentes e receberam um kit com o material de estudo para realizarem o curso.
O projeto é fruto de uma parceria firmada entre o Instituto Federal de Goiás (IFG) com a Defensoria Pública do Estado de Goiás (DPE-GO) e a Diretoria-Geral de Administração Penitenciária do Estado de Goiás (DGAP-GO) com o objetivo de ofertar cursos profissionalizantes aos egressos de unidades prisionais de Goiás para propor novas oportunidades de reintegração destes à sociedade. Por meio dessa ação, 30 egressos do sistema prisional estão participando de curso de eletricista predial. Flávio Antônio, aluno do curso e representante eleito da turma, motivou os egressos presentes para não desistirem e agradeceu aos professores do IFG pela oportunidade: “Pra gente que veio resgatar uma história de vida, é muito importante essa oportunidade, quero agradecer de verdade a gente poder estar aqui hoje. Foi difícil para a gente estar aqui, eu mesmo pensei em desistir por causa da dificuldade. Mas nada sozinho dá certo. Eu espero em Deus que toda essa turma termine até o final, eu vou estar aqui”.
Para o coordenador do projeto, professor Leonardo Martins da Silva, o principal objetivo do curso é preparar e inserir os egressos no mercado de trabalho. “A perspectiva é que esse curso vá além da formação técnica. Nós temos uma disciplina que chama Projeto de Vida que irá ensiná-los como se organizar para ingressar no mercado de trabalho, desde como agir, como procurar um emprego, como se preparar para uma entrevista. Eu estou acreditando muito no projeto, toda a comunidade está envolvida. De início nós tínhamos receio de como a comunidade acadêmica iria recebê-los e já no momento da matrícula eles foram recebidos com muito calor. É bom que a sociedade possa desconstruir essa imagem do egresso, eles são cidadãos que tem direito a uma educação pública que é essa que a gente oferece aqui. Hoje, com essa aula inaugural, a gente realmente coloca o projeto para andar. E é um momento importante porque a comunidade pode perceber a importância que essa instituição tem e a abrangência da nossa responsabilidade social. Esse público egresso do sistema prisional está depositando uma confiança muito grande nessa instituição que acaba sendo para eles uma das pouquíssimas oportunidades que eles têm de mudar a trajetória de vida e participar de um processo formativo que realmente vá emancipá-los e dar esse significado de ressocialização para todos eles. Além da importância que esse curso tem, somos pioneiros na implantação do Projeto Alvorada aqui no estado de Goiás”, informou Leonardo.
“O primeiro motivo para querer fazer o curso não foi o financeiro, lógico que financeiramente todo mundo precisa fazer alguma coisa, mas nesse projeto a minha intenção, o meu dever, é ficar honestamente trabalhando. O projeto alvorada, ele está estimulando não só uma atitude melhor, ele está dando um estímulo pra gente de esquecer tudo que a gente fez e poder caminhar da forma certa, não só estudando, como trabalhando e pra mais pra frente a gente poder ter um êxito. Eu não tenho palavras para agradecer o pessoal, os professores que incentivaram esse projeto. Para mim é uma coisa que eu tenho certeza que vai tratar muitos aí para ter um futuro melhor, esquecer o que fez e não fazer de novo no futuro, para poder ter uma família e uma vida normal, porque errar, todos erram, mas pagamos pelos nossos erros e hoje estamos aqui correndo atrás, e graças ao IFG, o corpo docente, os professores, hoje a gente tem uma oportunidade única e muito importante”, disse Bruno Rodarte dos Santos, aluno do curso de eletricista predial.
A coordenadora do Núcleo de Defensorias Especializadas de Execução Penal, Laura Silveira, agradeceu a oportunidade da DPE-GO integrar o projeto e destacou a importância desta chance para que os alunos iniciem um novo ciclo em suas vidas. Laura também parabenizou ao servidores e professores do IFG pelo trabalho desenvolvido.
“O projeto alvorada para nós é um desafio. Ele foi proposto pelo governo no final do ano passado, aí houve um momento de troca de gestão e, enquanto política pública, o projeto foi colocado em questão, mas nós assumimos o projeto em função do caráter social, do retorno e da responsabilidade social que possuímos como instituto. Nós acreditamos no programa, nós acreditamos que a educação transforma a vida dessas pessoas, então, de outubro até agora foram meses de organização, de seleção de alunos, de seleção de equipe, estabelecemos parcerias para que de fato o curso pudesse acontecer. A meta é que cada um desses 30 alunos saíam daqui empregados e com acesso ao mundo do trabalho porque a gente precisa provar que a educação transforma, que vale muito mais a pena investir em educação que investir em presídio”, afirmou o professor e gestor do projeto, Emmanuel Victor Hugo Moraes.
Para o pró-reitor de extensão do IFG, professor Daniel Silva Barbosa, o Projeto Alvorada é importante pois mostra as diversas áreas que o IFG pode atuar para promover a transformação na sociedade por meio da educação: “A gente está em um esforço muito grande de buscar qualificar ainda mais essa atuação da instituição. Qualificar a extensão significa algumas coisas, existem algumas diretrizes, que a gente consiga de fato fazer com que essa instituição acolha mais pessoas, que ela seja de fato inclusiva e esse projeto ele é emblemático porque ele está na fronteira de muitas defesas importantes para nós. A primeira é a defesa à educação pública, a defesa do direito à educação, à formação, e nesse caso específico, com esse público de alunos, nós queremos também corroborar com a política pública de ressocialização que é também uma função da instituição. Nós podemos contribuir com processos formativos e com ressocialização. Por isso, é extremamente importante para a Proex esse trabalho, e sobretudo, a possibilidade do resultado que ele pode dar, porque isso alicerça ainda mais o que nós podemos fazer como instituição. A gente pode sair desse momento de possibilidades e potências para efetividades. A gente quer com esse projeto mostrar que é possível fazer outras atuações que sejam efetivas e que tenham esse caráter de transformação”.
Sobre o curso
O curso de Eletricista Instalador Predial de Baixa Tensão capacitará os alunos a atuar nos segmentos de construção civil e execução de novas instalações elétricas. Essa qualificação tem duração de sete meses, sendo cinco meses de aula téorica e dois meses de tutoria e estágio. As aulas ocorrem de segunda a sexta-feira, das 13h às 18h, no IFG Câmpus Goiânia Oeste. Os alunos selecionados receberão uma bolsa mensal para aquisição de material e para atuação prática. O objetivo é que os egressos se dediquem integralmente aos estudos e a bolsa é para o sustento deles e de suas famílias. O projeto é financiado pelo Departamento Penitenciário Nacional (Depen), do Ministério da Justiça. O Núcleo de Defensorias Especializadas em Execução Penal e o Centro de Atendimento Multidisciplinar (CAM) acompanham esses alunos desde a seleção até o final do curso.
Veja mais fotos da aula inaugural do Projeto Alvorada no álbum de fotos da fanpage do IFG Câmpus Goiânia Oeste.
Coordenação de Comunicação Social – IFG Câmpus Goiânia Oeste
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