Atividades destacam a importância do autocuidado para a saúde mental
Estudantes participaram de oficina e interagiram com os painéis temáticos colocados no câmpus
Atenção aluno: se precisar de ajuda, entre em contato com a nossa psicóloga, Aline Seixas Ferro, no Whatsapp (62) 3237-1826
Durante essa semana, do dia 18 ao dia 22 de setembro, a Coordenação de Assistência Estudantil (CAE), juntamente com o Núcleo de Atendimento às Pessoas com Necessidades Específicas (NAPNE) do Câmpus Goiânia Oeste promoveram ações e atividades para a conscientização sobre saúde mental e transtornos mentais debatidos na campanha nacional do Setembro Amarelo. A primeira atividade foi a oficina O verdadeiro sentido da Vida, ministrada pelo psicólogo Cairo Divino Cândido Filho, na segunda-feira, dia 18, para os alunos dos cursos técnicos integrados em período integral, e na terça-feira, dia 19, para os estudantes do período noturno do curso Técnico em Enfermagem modalidade EJA e do curso superior de Licenciatura em Pedagogia. Além da oficina, durante a semana, um mural ficou exposto no Hall do Câmpus Goiânia Oeste para a comunidade acadêmica interagir com o compartilhamento de mensagens motivacionais.
“Nós da CAE buscamos propor atividades para trabalhar a temática de forma lúdica com foco na saúde mental para que esse mês não se torne um período de gatilhos e sofrimento. Por isso tivemos a ideia de fazer os painéis interativos Caixa de surpresa e A arte de nós. Até nossos cãezinhos nos apoiaram vestindo 'a camisa do setembro amarelo'. As oficinas também foram conversas leves, focadas nas questões cotidianas e no sentido da vida. O Cairo consegue se expressar de uma forma muito espontânea e com muito humor, assim ele conseguiu gerar vínculo e ter abertura para um diálogo leve e ao mesmo tempo necessário com os alunos. Ele ressaltou a importância do autocuidado, de impor limites, de conseguir cuidar de si e ter saúde mental mesmo com os desafios diários da vida. Ressaltou a necessidade de, mesmo em um cotidiano corrido e puxado, colocar como prioridade o autocuidado. Ele interagiu muito com os alunos e os alunos se sentiram confortáveis para falar. Outra temática que ele destacou foi saber quem você é para além do que você faz, para além da sua profissão. E também de aprender a lidar com os desafios da vida. Cairo destacou que sempre teremos desafios em nossas vidas, seja solteiro ou casado, você tem desafios, seja estudante ou trabalhador, você tem desafios. Mas podemos lidar com eles de uma forma mais saudável, entendendo quem somos, entendendo os nossos limites”, contou Aline Seixas Ferro, psicóloga do Câmpus Goiânia Oeste.
Cairo Divino Cândido Filho, deu algumas dicas práticas para os alunos cuidarem da saúde mental: “Sem que a gente perceba, a gente acaba entrando em um fluxo frenético de ações e atividades que nos deixam necessariamente ansiosos. A gente sabe o que tem que ser feito, mas às vezes não vai dando tanta importância para aquilo, a não ser quando bate na porta um certo desespero, um certo incômodo, a gente não age. Para mantermos a saúde mental precisamos fazer atividade física, conectar-se com outras pessoas e conectar-se com a natureza. Quando nos conectamos com a natureza percebemos o fluxo natural das coisas. A natureza não acelera nada, ela sempre segue o seu caminho. Então a partir do momento que a gente se conecta, a gente aprende a entender que tem tempo para tudo, até para nós, para o nosso autocuidado”.
Cairo também destacou a necessidade de olharmos mais para as necessidades do indivíduo do que para o diagnóstico de uma doença: "A pandemia em si obrigou as pessoas a encararem as suas mazelas de uma forma muito difícil, agora está todo mundo mais consciente da obrigatoriedade de olhar pra si, de prestar atenção em si. E esse olhar para si tem várias formas, a terapia é uma delas. A saúde mental está mais em evidência, deixou de ser um tabu para a maioria das pessoas, saiu do lugar de uma problemática e as pessoas perceberam que tem problemas. Agora temos que resolver os problemas, não adianta saber que tem problemas e não fazer nada com eles. Precisamos também sair da necessidade de fechar diagnósticos, a pessoa não é um diagnóstico em si, ela é um indivíduo, muitas vezes em sofrimento. Existe um movimento de patologização em massa, de todo mundo achar que está doente. Porque vê uma coisa no TikTok, no Instagram, começa a se autodiagnosticar. Começa um movimento de estar doente sem necessariamente estar. Não quer dizer que tenha algo, mas por exemplo deu um boom de TDAH, um boom de Espectro Autista, 'todo mundo tem'. Pode ser que parte dessa galera tenha, mas precisamos ter o cuidado para não colocar todo mundo dentro de uma caixa. As redes sociais acabaram possibilitando acesso a muito conteúdo, mas tem muita gente aí com pouco discernimento. O acesso é necessário, é importantíssimo, mas sem discernimento acaba servindo de nada, porque a pessoa vai começar a interpretar de maneiras cada vez mais erradas e ter discussões cada vez mais rasas sobre assuntos que são sérios e importantes. Precisamos de um movimento de enraizamento, de voltar para realidade, de voltar para onde estou. Sair um pouco do digital e se conectar com indivíduos, senão eu vejo o outro só como a doença em si e esqueço do indivíduo que está ali por trás. Conexões humanas potencializam humanos, se a gente não se conecta com o outro, não tem como potencializar ninguém. Falar 'estou te apoiando' pelas redes sociais é fácil, o difícil é estar ali do lado. Precisamos criar esse vínculo real”.
Um painel produzido com poesias autorais do discente Gabriel Borges Dias Costa, do 3o período do curso superior de Licenciatura em Pedagogia, também ficou disponível para visualização e interação durante essa semana de conscientização sobre a saúde mental. “A ideia do painel veio da professora Franciele Crosara do NAPNE. Eu sou assistido pelo NAPNE e, em uma conversa com a professora, ela descobriu que escrevo poesias e pediu para eu enviar algumas poesias para ela. Primeiro de forma aleatória, sem tema específico, depois poesias com a temática da saúde mental. Dessa seleção de poesias, tivemos a ideia de fazer o painel. Uma das poesias do painel foi inspirada no game Please Knock On My Door ('Por favor, Bata na minha porta', em português), um gamer com uma história sobre fobia e depressão”, explicou Gabriel.
Gabriel também destacou que a escrita é para ele uma terapia que auxilia no cuidado com a saúde mental: “Eu comecei escrevendo de forma terapêutica e eu acredito que tudo aquilo que a gente não expressa de alguma forma, acumula. Por isso que eu escrevo cerca de 10 poesias por dia. Já tenho dois e-book lançados e um em planejamento (Acesse aqui as obras). Faço mais poesia que poema, minha escrita é inspirada em uma escrita mais expositiva e intensa, são textos curtos, mas que expressam o máximo de emoção possível. Foco mais na questão de expressar e causar emoções do que na questão estrutural, por isso a maioria das minhas poesias são experimentais”.
“O mês de setembro tem esse foco específico, como se fosse um lembrete porque a vida é muito corrida, mas em minha opinião o tema saúde mental tem que ser abordado o ano inteiro. É um assunto que tem que ser debatido de forma coletiva em um processo de transformação do ambiente escolar em um ambiente de relações saudáveis, de cuidado, de olhar, de atenção, de reciprocidade. Precisamos criar essa cultura institucional no câmpus, um ambiente institucional que promova isso durante todo o ano. A CAE desenvolve diversas ações durante o ano que dão esse suporte para os estudantes. Tentamos nos aproximar dos alunos para que eles possam se sentir pertencentes a esse espaço, para quando sentirem algo ou tiverem alguma dificuldade, seja no âmbito acadêmico, pessoal, profissional, social, eles possam vir aqui. Queremos que eles entendam que eles têm esse apoio e que juntos vamos buscar estratégias para ajudá-los. O que for possível faremos aqui com os nossos profissionais. E quando não for, encaminharemos para a rede, porque em alguns momentos precisa de um encaminhamento para outro profissional. A grande questão é criar esse vínculo com os estudantes para que eles entendam que eles têm esse espaço no ambiente escolar, de cuidado, de acolhida. E que esse ambiente não fique restrito a CAE, mas possa se expandir para todos os espaços do câmpus”, reforçou Aline Seixas.
Confira aqui as fotos das atividades do Setembro Amarelo
Coordenação de Comunicação Social/Câmpus Goiânia Oeste
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