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Tecnologia e inovação

Projetos de pesquisa e conhecimento impulsionam criação de startup por estudantes

Nesta sexta e sábado haverá projetos na Campus Future, aberta aos visitantes gratuitamente

  • Publicado: Quinta, 05 de Setembro de 2019, 23h54
  • Última atualização em Quarta, 25 de Setembro de 2019, 15h48
Múria e Joiro
Múria e Joiro

O segundo dia da Campus Party Goiás contou com participação efetiva de caravanas, equipes e curiosos do Instituto Federal de Goiás (IFG). Os 14 câmpus circularam pelo evento durante todo o dia. Estudantes e servidores proferiram palestras em diversas áreas de tecnologia e inovação. Um curioso projeto e que desperta a atenção dos que passam pelas bancadas da Campus é a impressora 3D. Em uma pequena demonstração, dois estudantes dos cursos técnico em Eletrônica e de Engenharia de Controle e Automação, Joiro Gomes da Silva e Múria Viana, do Câmpus Goiânia, mostraram como essa avançada máquina de impressão funciona. Em cerca de 20 minutos, ela imprimiu um pequeno boneco.

“Com 1.000 reais você consegue montar uma máquina dessa, comprar material e fazer”, afirma Joiro.

O material usado é um plástico feito do amido de milho, totalmente biodegradável. O jovem pesquisa esse tipo de tecnologia há algum tempo e conta que hoje ela se tornou muito mais acessível quando comparada há 15 anos. Em 2018, Joiro participou de um projeto de iniciação científica que resultou na construção de um pequeno robô autônomo. Segundo ele, a ideia agora é investir em conhecimento e elaboração de impressoras 3D a baixo custo e acessíveis a mais pessoas. Ele e os colegas estão com projeto de montar uma startup, a Caju 3D, principalmente porque está no último ano do curso e se forma agora em 2019. “Queremos vender máquinas mais baratas e trabalhar com impressões 3D. A gente acredita que podemos pegar a experiência e melhorar esse mercado”, aponta. Outro diferencial das atividades que desenvolve no Instituto é a interação entre alunos de cursos diferentes, o que é um ponto positivo na visão de Joiro, pois ele é do ensino médio e o restante da equipe, do ensino superior. O jovem é taxativo ao dizer que os estudantes desenvolvem os projetos, em primeiro lugar, pelo conhecimento e não para ganhar dinheiro apenas, mas “porque gostamos”, conta. Sobre a tecnologia empregada, o estudante afirma que ela é exponencial, pois abrange várias áreas, “desde a robótica à construção civil”, finaliza.

Curiosa e com pretensões de seguir a carreira acadêmica e da pesquisa, Múria conta que o estímulo vem dos pais, que são professores. Ela integra uma equipe com outros estudantes que aceitaram o desafio de construir uma impressora 3D. O trabalho já foi iniciado, mas como os estudantes dizem: “é muito difícil”. Ainda no segundo período, Múria comenta que no próximo ano pretende propor um projeto de pesquisa na área de inteligência artificial, mas que o estímulo para ser pesquisadora é mais forte em casa do que na escola. “Quero continuar na área da pesquisa, ser professora. Como ainda estou no começo do curso acho que falta uma apresentação maior do que a instituição oferece, conhecer mais os projetos. Tenho mais contato porque conheci o pessoal do Gyn Bot”, afirma. Mas a jovem reconhece que ela também tem o papel de propagar as informações sobre pesquisa e o trabalho que realizam, para levar conhecimento a mais alunos.

 

Atividades

Professor do Câmpus Luziânia, Lucas de Almeida Ribeiro atraiu interessados em mineração de dados, na tarde de quinta-feira, 5. Mas o que é isso? Segundo o oficineiro, é uma técnica para detectar a correlação de dados em grandes medições, “para saber se fazem sentido”, conta Lucas. Pode ser utilizada para medição de informações pessoais ou medições químicas, por exemplo, afirma o professor. Sobre os dados que podem ser usados dentro dessa técnica, o professor diz que “a inteligência artificial lida com vários tipos de dados numéricos, completos e incompletos, e a mineração vem para agrupar dados semelhantes e classificá-los”, conta.

Um dos exemplos práticos seria a utilização para traçar o perfil de certo tipo de consumidor de um estabelecimento comercial, comparando, por exemplo, com os hábitos de consumo. A ideia, afirma Lucas, é correlacionar dados. “Vamos dizer que todo mundo em Goiás compra determinada roupa, baseado nesse dado e no tipo de roupa, quando um novo cliente chegar na mesma loja, o vendedor vai mostrar primeiro aquela que é mais procurada”, conta. 

A oficina do professor também abordou questões éticas da mineração de dados, como a legislação de privacidade da informação (Lei nº 13.709/2018), que trata da proteção geral de dados pessoais. Os fundamentos da lei baseiam-se no respeito à privacidade, na liberdade de expressão, de informação, de comunicação e opinião, na inviolabilidade da intimidade, da honra e da imagem, dentre outros.

Outro ponto apresentado pelo professor foi o software Weka como um dos programas que mapeia esses dados, por meio de algoritmos. Pela apresentação, o Weka possui mais de 100 algoritmos para classificação, 75 para pré-processamento de dados, 24 para auxiliar na seleção de atributos e 20 para encontrar regras de associação. É um software livre e totalmente gratuito. Mais informações sobre o Weka podem ser encontradas no site:  https://www.cs.waikato.ac.nz/ml/weka/.

 

Programação

Na tarde de hoje também palestrou o egresso do curso de Engenharia de Controle e Automação do Câmpus Goiânia, Estevão Fonseca Veiga. Ele contou um pouquinho da sua experiência na palestra Linux embarcado para desenvolvimento de soluções IOT com hardware aberto e até “o que não fazer”. Um dos projetos iniciais que Estevão participou quando era estudante do IFG foi a construção de um drone totalmente sustentável, mas que segundo ele, a primeira experiência não deu certo e se encaixa no exemplo do que não fazer. Mas foi um “aprendizado incrível”, afirma, até conseguirem fazer um para demonstração com Linux embarcado, com a utilização do software Linux em uma placa eletrônica.

Pela primeira vez, o estudante de Engenharia Elétrica Gabriel Oliveira participa do evento. Ele veio de Itumbiara com a caravana do câmpus e sua avaliação da Campus até agora é “10”! Empolgado, o aluno está programando com os amigos a participação na próxima edição, em outra cidade. Sobre a experiência, o estudante diz que “a vantagem é ter contato com várias áreas da engenharia. Aí posso escolher a que vou fazer, a gente vê aqui a teoria e a prática”, finaliza.

 A Campus Party acontece até o próximo domingo, no Shopping Passeio das Águas. Várias atividades do IFG e de outras instituições parcerias estão ocorrendo durante todo o dia. Mais informações e a programação estão disponíveis no site: https://brasil.campus-party.org/.

Veja a programação do IFG na Campus: http://www.ifg.edu.br/ultimas-noticias/14771-campuspartyifg

Veja mais fotos na página oficial do IFG no facebook: https://www.facebook.com/pg/IFG.oficial/photos/?tab=album&album_id=2985544858140447.

 

Diretoria de Comunicação Social/Reitoria.

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