"Não é a instituição que fecha contrato, são pessoas”, afirma professor durante o Programa Embrapii Mind IFG
Evento está sendo realizado desde ontem, 20, no Centro de Referência em Pesquisa e Inovação (CiteLab)
“A invenção é a transformação do recurso em conhecimento e a inovação é a transformação do conhecimento em recurso”. A afirmação é do professor da área de Inteligência Artificial da Universidade Federal de Goiás (UFG), Celso Camilo, que foi um dos palestrantes do Programa Embrapii Mind do Instituto Federal de Goiás (IFG), na manhã de hoje, 21. O evento ocorre desde ontem, 20, no CiteLab, e segue com programação durante toda a tarde de hoje.
A palestra de Celso, intitulada Mentalidade Empreendedora para conectar com as empresas/ Mentalidade inovadora na caracterização do problema e solução junto à empresa, reuniu professores, pesquisadores e coordenadores de diferentes câmpus da Instituição. Para o professor, é preciso mudar competências técnicas e comportamentais e se aprofundar no domínio de determinada empresa para estreitar o relacionamento e conseguir novos contratos. “Você precisa entender o problema da empresa. Um problema, pra nós, é uma oportunidade. Ter um relacionamento de confiança é crucial. E não é a instituição que fecha contrato, são as pessoas”, destaca o professor.
Celso menciona aspectos importantes para que se consiga êxito na prospecção de empresas para realização de projetos, um dos objetivos da Embrapii, quais sejam: visão empreendedora, ou seja, resolver o problema real da empresa; desenvolver um relacionamento com essa empresa, se inserir no mundo dela – ter empatia, entender e “falar” a mesma língua dela, em diferentes áreas da empresa, desde a área operacional até a de gestão; ter tempo para conhecer e se inserir no mundo dessa empresa, ter maturidade, ter talentos, atrair colaboradores e ter experiência. “Não vai ser o técnico da empresa que vai absorver o conhecimento e transferir, vai ser o pesquisador, somos nós que faremos esse relacionamento [entre instituição e empresa]”, comenta Celso.
O professor afirma, ainda, que a “a boa execução [de um contrato] começa na contratação”, para isso é preciso agir com sinceridade, criar relacionamento de confiança, saber se o próprio empresário está preparado para fechar aquele contrato e gerar a expectativa que se pode cumprir. “Também podemos falar não”, diz Celso. Segundo ele, ou porque não se tem equipe para executar aquele contrato, ou porque o empresário precisa resolver algumas questões que inviabilizam o fechamento da proposta.
A palestra do professor fez parte da segunda etapa de atividades na manhã de hoje. Inicialmente, o diretor-geral do Polo Embrapii IFG, Ricardo Rabahi, explicou o processo de credenciamento de uma Unidade Embrapii destacou: “Esta unidade precisa promover inovação, ter alta capacidade técnica, dispor de infraestrutura de ponta, ter um histórico de atendimento a empresas”. Ele comenta, ainda, que hoje a competição é muito alta para ser um Polo Embrapii no país, que possui 76 unidades credenciadas. Em fase de estruturação, o Polo de Inovação Embrapii IFG surgiu em 2021 e atua na área de eficiência energética.
I Semana de Inovação do IFG
Os participantes presentes na manhã de hoje destacaram que o evento, que faz parte da I Semana de Inovação do IFG, realizada pela Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-graduação (Proppg) em conjunto com a Pró-Reitoria de Extensão (Proex), é um importante espaço para se obter informações sobre a Embrapii, sobre a elaboração e submissão de novos projetos, a construção de propostas e a união de forças para se desenvolver mais pesquisa no IFG. “Minha expectativa é conhecer mais a Embrapii e poder emplacar um projeto”, afirma o professor do Câmpus Itumbiara, Ghunter Paulo Viajante. Para o coordenador do curso de Mestrado Profissional em Tecnologia de Processos Sustentáveis, do Câmpus Goiânia, Raphael de Aquino Gomes, “faltava ter esse casamento, essa união para fortalecer a pesquisa. Temos muitos pesquisadores que agem de forma isolada. Esse evento é importante pra isso, para promover essa união e fortalecer a Instituição como um todo”, comenta o professor.
Após o primeiro momento de apresentações, o professor do Instituto Federal do Ceará (IFCE) e atual coordenador do Polo de Inovação do IFCE (onde fica alocada a Embrapii daquele Instituto), Tarique Cavalcante, fez uma explanação por videoconferência. Ele falou sobre o fluxo de submissão de projetos, a realidade da Embrapii no IFCE, destacando que hoje existe esse Polo de Inovação que aglutina diversos projetos, não só aqueles desenvolvidos pela Embrapii, mas os demais que existem na instituição; que chega a ter mais de 90 registros de Propriedade Intelectual, mais de 450 estudantes envolvidos em projetos, mais de 100 pesquisadores e 88 projetos contratados.
Ele mostrou, ainda, uma série de documentos e modelos criados pela Embrapii IFCE e disponibilizados no site da unidade. “Temos muitas informações no site, criamos diversos modelos”, afirma. Todas as conquistas, segundo o professor, se deu com uma reestruturação ocorrida em 2021, onde passaram a “tratar a inovação como um todo. Com isso, hoje, temos mais suporte, ações e apoio para fomentar a inovação no IFCE”, finaliza. A unidade Embrapii no Instituto foi criada há seis anos. Tarique conta que em 2020 eles conquistaram o 6º lugar no ranking nacional do INPI na produção de softwares e que, no ranking de 2021, esperam ficar em 3º lugar. “Tivemos um salto exponencial nos últimos anos”, comenta. Os recursos para os projetos, hoje, estão na casa dos R$ 15 milhões.
Abertura
A abertura oficial do Programa Embrapii Mind IFG foi realizada na tarde de ontem, 20, com uma programação voltada para os gestores da Instituição. A Pró-Reitora de Pesquisa e Pós-graduação, Thaís Amaral e Sousa, relembrou a fase de implantação do CiteLab como um espaço feito para agregar a pesquisa, a extensão e o ensino. “Os eixos do Centro de Referência foram se constituindo ao longo desse tempo, mesmo sem o espaço físico pronto. O CiteLab é um espaço de troca de informações e ideias. Mesmo na pandemia, esse diálogo entre os núcleos foi se fortalecendo. Hoje temos o Lab Maker funcionando, esse miniauditório, laboratórios, e estão sendo construídas ainda as salas para cada eixo e os escritórios. Esse é um espaço de interação para que a pesquisa aconteça. A ideia também é trazer e ampliar a pesquisa dos câmpus”, destacou a Pró-Reitora, que comentou ainda a importância do surgimento da Embrapii em meio a esse espaço compartilhado com o CiteLab.
O professor Ricardo Rabahi também lembrou alguns princípios da Embrapii, como a interação, a inovação, a agilidade, a flexibilidade e a alavancagem de recursos no desenvolvimento de projetos junto às empresas. “Temos facilidade nas relações entre IFG e empresa. É um ciclo que tem crescido, não só no IFG, mas em todo o Brasil”, destaca. Para Ricardo, o retorno social também é alocação de ex-estudantes em setores privilegiados nas empresas, como os setores que trabalham com inovação. “Colocamos o formando numa posição privilegiada, com os profissionais mais bem qualificados”, diz. A cada 10 projetos Embrapii, cinco fazem registro de patentes, comenta o diretor. Hoje no IFG são seis projetos em andamento na área de eficiência energética. “Nosso objetivo é fortalecer e consolidar a comunidade Embrapii, abrir nosso leque de atuação, na perspectiva de ampliarmos nossas áreas. É uma boa forma de retorno para a Instituição, para a empresa, para a pesquisa, o estudante e o governo”, finaliza.
Confira a programação de hoje.
Saiba mais sobre a I Semana de Inovação do IFG.
Confira o site da Embrapii IFG: www.ifg.edu.br/embrapii
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