Primeiro centro de pesquisa e documentação em Dança de Goiás será lançado nesta quarta-feira, 29, no IFG - Câmpus Aparecida de Goiânia
O lançamento do Triêro - Centro de Pesquisa e Documentação em Dança vai sediar a abertura oficial da exposição permanente Olhares Pra Dança, cujo acervo físico foi doado pelos organizadores da mostra
O Instituto Federal de Goiás (IFG) lança nesta quarta-feira, 29 de março, no Câmpus Aparecida de Goiânia, o Triêro - Centro de Pesquisa e Documentação em Dança, que é o primeiro do estado nessa área. A solenidade de lançamento será realizada às 19 horas, no Gabinete da Direção-Geral do Câmpus Aparecida de Goiânia do IFG. À oportunidade, será feita a doação oficial da exposição física “Masculinidades na dança, inventividade e fricção na década de 1980 em Goiânia”, pelos organizadores da exposição “Olhares pra Dança” e que irá compor, permanentemente, o acervo do Triêro. Toda a comunidade acadêmica da Instituição está convidada a participar do evento.
O Triêro - Centro de Pesquisa e Documentação em Dança tem a professora Luciana Gomes Ribeiro na Coordenação Geral. A equipe é composta pelos professores pesquisadores Giovana Consorte, Luciana Ribeiro e Roberto Rodrigues; pelos monitores bolsistas Cinara Santana, Hauany Aquino, Viviane Reis e Ysaias Cardoso; e pelos pesquisadores externos Neomênia Santos Moreira e Paulo Henrique Alves de Souza. O grupo conta também com Giselle Carvalho na produção geral e com Shay Santos como assistente de produção. O espaço vai abrigar documentos e registros em textos, imagens, áudio e vídeo de grande importância para a história e memória da dança na região metropolitana de Goiânia. A estrutura servirá principalmente para atender ao interesse de docentes, discentes e pesquisadores no campo artístico da dança ou de temas que façam intersecção com a arte.
A coordenadora do Triêro considera que a constituição desse espaço para pesquisa e documentação em dança “representa um passo muito importante no desenvolvimento do campo de conhecimento da dança, particularmente no que se refere a história e memória". Para ela, o trabalho é histórico para o município de Aparecida de Goiânia. “O primeiro Centro de Pesquisa e Documentação em Dança de Goiás promove o incentivo à investigação da dança como área de conhecimento, no âmbito do acervo, história e memória", afirma Luciana Ribeiro.
O diretor-geral do IFG - Câmpus Aparecida de Goiânia, professor Eduardo de Carvalho Rezende, avalia que a criação do Triêro - Centro de Pesquisa e Documentação é de grande importância para o câmpus, pois além de agregar valor ao curso de Licenciatura em Dança e ao Mestrado Profissional em Artes - Rede Prof-Artes/IFG, realizados no IFG Aparecida, dialoga com a comunidade externa, ao fazer uma ligação entre estudantes, professores e pesquisadores de diferentes instituições.
Seguir, deslocar, existir
O perfil @projetotriero na rede social Instagram explica o nome escolhido para o Centro de Pesquisa e Documentação em Dança, abordando seu nascimento, sua razão de ser e sua perspectiva no tempo:
“TRIÊRO, no linguajar bem goiano, é conhecido como um caminho improvisado construído em virtude de alto grau de indisposição que se tem em trafegar pelo perímetro oficial do terreno. É, portanto, criação de um caminho, para se poder seguir, se deslocar, existir.
É reconhecendo essa maneira de existir que nasce o TRIÊRO CENTRO DE DOCUMENTAÇÃO E PESQUISA EM DANÇA, buscando justamente abrigar as muitas danças que se criam, que se inventam e rexistem nos municípios de Aparecida de Goiânia e Goiânia. É um espaço para pesquisadores, professores, estudantes e curiosos em dança/arte/cultura consultarem, proporem e alimentarem diversos modos de fazer dança.
Nosso TRIÊRO será casa de muitos acervos, consolidando um ambiente físico e técnico profissional para a pesquisa e documentação histórica da memória da dança local e arredorecence.”
Primeiro acervo
O primeiro acervo do Triêro - Centro de Pesquisa e Documentação em Dança é a exposição física Olhares Pra Dança, realizada em 2022 em Goiânia com o tema “Masculinidades na dança, inventividade e fricção na década de 1980 em Goiânia”. A exposição foi doada pelos organizadores do projeto Olhares Pra Dança e passa a compor permanentemente o acervo do Triêro. As imagens estão dispostas no piso superior do Bloco A do Câmpus Aparecida de Goiânia do IFG, abertas à visitação pública.
Fotos e informações que apresentam a memória da dança cênica na capital goiana do período retratado alteraram a estética do espaço administrativo do câmpus e chamam a atenção de quem passa pelo ambiente. A mostra, que agora integra a paisagem interna de um dos prédios do IFG Aparecida, teve curadoria da professora do curso de Licenciatura em Dança do IFG - Câmpus Aparecida de Goiânia, professora Luciana Ribeiro, e da professora nos cursos de Dança e Teatro da UFG e líder do Laboratório de Pesquisa Interdisciplinar em Arte da Cena, na Faculdade de Educação Física e Dança da UFG, Valéria Figueiredo. As imagens contam histórias de um período de efervescência cultural goianiense.
A década retratada foi uma época em que academias de dança eram muito tradicionais, com rigidez em movimentos, vestimentas e comportamentos, mas que um espetáculo ousava em colocar homens dançando apenas de tapa sexo em movimentações viscerais. Era “Paixão”, obra do coreógrafo espanhol Victor Navarro, que teve estreia nacional no Teatro Goiânia, em 1982, conquistando público e crítica. Ao seu lado, uma figura importante na dança goianiense: Julson Henrique, bailarino e coreógrafo do grupo Energia, pesquisava uma dança que não era tão pautada pela técnica, mas por um contexto que ia além e envolvia desejo, sentimento e musicalidade.
Para a pesquisadora e curadora Luciana Ribeiro, é uma grande felicidade receber a doação da exposição física do Olhares Pra Dança para o espaço físico do IFG, por ser um projeto que abre à sociedade a produção de uma parte da história da dança na cidade de Goiânia. “Poder receber e manter essa exposição permanente é, pra gente, de muita alegria, porque é uma oportunidade de dar continuidade, deixar essa exposição por mais tempo para pessoas que não puderam visitá-la no ano de 2022 (...) possam visitar esse recorte e essa produção da expografia Masculinidades da Dança que ficou tão bonita, ficou tão poética, ficou tão artística”, afirmou.
Semana de Acolhida
O lançamento do Triêro - Centro de Pesquisa e Documentação em Dança e a abertura oficial da exposição Olhares Pra Dança integram a programação da Calourada da Dança, que está sendo realizada no decorrer desta semana (27 a 31 de março), com variada programação, que inclui ainda apresentações artísticas, oficinas e lançamento de livros. Confira aqui a programação completa da Calourada da Dança.
Coordenação de Comunicação Social e Eventos / IFG - Câmpus Aparecida de Goiânia
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