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EXTENSÃO

Mulheres do curso FIC de Copeira debatem sobre cidadania após sessão de “Ainda Estou Aqui”

Publicado: Quinta, 20 de Fevereiro de 2025, 17h02 | Última atualização em Sexta, 21 de Fevereiro de 2025, 14h03

Atividade da disciplina “Cidadania, Relações Humanas e Direito das Mulheres” promoveu ida ao Cine Ritz e debate sobre a temática levantada pelo filme

imagem sem descrição.

Estudantes do curso de Copeira – promovido pelo Câmpus Goiânia do Instituto Federal por meio do programa Mulheres Mil – participaram de atividade cultural na tarde dessa quarta-feira, 19 de fevereiro. Como atividade do curso, elas foram levadas pela Instituição para assistir ao filme brasileiro Ainda Estou Aqui, do diretor Walter Salles. Logo após a sessão, as alunas retornaram ao câmpus para participar do Debate sobre o longa com a servidora do IFG e mestre em Direitos Humanos, Juliana Damando; com a professora responsável pela disciplina de Cidadania, Relações Humanas e Direito das Mulheres, Iarle Sousa Ferreira; e com a coordenadora do curso, professora Gisélia Lima.

Algumas das alunas relataram que foi a primeira vez que tiveram a oportunidade de ir ao cinema e elogiaram a força da personagem Eunice Paiva, interpretada pela atriz Fernanda Torres, ao sofrer com as consequências do autoritarismo durante o período da Ditadura Militar no Brasil. Baseado no livro de Marcelo Rubens Paiva, filho de Eunice, o filme narra a história verídica sobre o desaparecimento do ex-deputado, Rubens Paiva, após ser preso pelo regime ditatorial, e como Eunice e sua família tiveram que reconstruir suas vidas a partir disso, sem ter direito sequer de um registro sobre o óbito do marido – documento pelo qual lutou durante anos para obtê-lo.


Clotildes Sousa Bispo participou do debate e ficou admirada com a capacidade de Eunice Paiva ao reestruturar a vida após violência sofrida pelo Estado

“Ela realmente é uma mulher guerreira, um exemplo para a nossa sociedade brasileira. Ela deu um show contra tudo aquilo que aconteceu com ela. Não abaixou a cabeça, foi atrás e conseguiu criar os filhos. É um exemplo para todas nós. Mostra que a vida não é fácil para a mulher, independente da classe social”, relatou Clotildes Sousa Bispo, aluna do curso de Copeira.

Janete Pereira Teodoro foi a estudante que mais se emocionou com o filme. Ela conta que perdeu o avô e o pai por ambos lutarem contra o regime autoritário instituído em 1964 no Brasil. Vindos de Minas Gerais para Goiás, os familiares de Janete também tiveram que reconstruir a vida após a perda de seus por ação da Ditadura Militar. “Minha avó se deparou, sozinha com 12 filhos para ter que dar conta sozinha, muitas vezes teve que largar tudo para trás para não ser pega […] Isso mexe muito comigo. O que eu tenho a falar para vocês é não deixem essa memória apagar não. Quem não teve família que passou por isso, não entra nessa onda de passar a borracha e esquecer isso, não! Não deixem seus filhos, seus netos se levarem por essa ilusão não. Não deixa isso tudo voltar não porque quem mais sofre as consequências somos nós mulheres, mães, avós, filhas”, desabafou.


Janete compartilhou relato vivido pela sua família durante o período de regime militar no Brasil e enfatizou a importância de nada ser esquecido para não se repetir

 

Durante o debate sobre o filme, a servidora do Câmpus Goiânia, Juliana Damando, contextualizou o período da Ditadura Militar no Brasil, suas consequências e a luta, por parte dos Direitos Humanos, para recuperar essas memórias em nome das vítimas e suas famílias, com o objetivo de que a sociedade brasileira não se esqueça dos abusos cometidos nesse período, a fim de que não se repitam.

A ideia da ação, que contou com o apoio operacional da servidora técnico-administrativa, Fatianny Didier, surgiu após diálogo entre a equipe do programa Mulheres Mil e a docente responsável pela disciplina de Cidadania, Relações Humanas e Direito das Mulheres, ministrado pela professora Iarle. “O objetivo era fazer uma reflexão acerca do filme, considerando a relação entre o programa da disciplina e a temática do filme: pensar os direitos humanos, direito das mulheres e suas articulações com ditadura militar e democracia”, acrescentou Fatianny.


Da esquerda para a direita: Fatianny Didier, Iarle Sousa e Juliana Damando durante debate no auditório Demartin Bizerra

 

Nesse sentido, a docente Iarle Sousa contou que, nessa disciplina, busca-se tratar questões relacionadas à cidadania como Direitos Humanos; marcadores patriarcais que violentam as mulheres, entre eles a violência de Estado, que, segundo a professora, independentemente do contexto, sempre recai mais fortemente sobre as mulheres. “Pois bem, a coordenadora do curso, a professora Gisélia (Lima) me sugeriu levar as alunas ao cinema, e entendemos que o filme não poderia ser outro senão o do Walter Salles, não apenas por ser um filme de grande sucesso, mas, por ser um filme que possibilita essas discussões todas. E muito mais, como a questão da “memória” que foi levantada por nossa convidada Juliana Damando. Como você ver, o conteúdo da disciplina suscitou a ação para além da sala de aula”, explicou.

Além do debate sobre cidadania, a ação teve o objetivo também de mostrar ao grupo de mulheres em situação de vulnerabilidade atendidas pelo curso de Formação Inicial e Continuada (FIC) em Copeira uma vivência cultural. “Proporcionar [...] a experiência não só política e educacional, como cultural de estar numa sala de cinema prestigiando um filme tão importante pra memória histórica brasileira, num contexto em que o mundo todo tem olhado para o nosso cinema. No entendimento de que, a educação se faz para além da sala de aula. Por tudo isso, uma ação de extrema importância”, conclui Fatianny.

Para a coordenadora do curso, Gisélia Lima, a atividade é importante por três pontos. O primeiro deles seria o ponto de vista pedagógico levando em consideração os ensinamentos que o filme pode trazer dentro do conteúdo programático que possa abrir possibilidades de reflexões sobre cidadania. “O Mulheres Mil (programa) ele exige essa discussão. Conteúdos que são necessários para a transformação dessas mulheres”, completa Gisélia.

Os outros pontos levantados pela docente dizem respeito ao acolhimento, uma vez que a visita técnica ao cinema, proporcionada pela Instituição, com ônibus institucional e auxílio, pode afetar positivamente na permanência e êxito dessas alunas no ambiente educacional. “O terceiro ponto seria a questão da ludicidade, de você levar mulheres que talvez nunca tenham ido ao cinema ou que não tenham esse hábito e foram coletivamente, com colegas, fizeram uma atividade de lazer e cultura que nem sempre essas mulheres têm acesso”, enfatiza.

 

Coordenação de Comunicação Social do Câmpus Goiânia. 

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