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EJA nacional

Cursos da educação de jovens e adultos enfrentam desafios e dificuldades, mas demonstram superação e conquistas

Evento encerra hoje à tarde, com produção de um documento único

  • Publicado: Quarta, 23 de Maio de 2018, 12h46
  • Última atualização em Quarta, 06 de Junho de 2018, 17h45
Mesa de relatos do terceiro dia do evento nacional da EJA
Mesa de relatos do terceiro dia do evento nacional da EJA

As mesas-redondas na manhã de hoje, 23, do Encontro Nacional da EJA na Rede Federal, que acontece no Instituto Federal de Goiás (IFG) - Câmpus Goiânia desde segunda-feira, 21, trataram da retomada, consolidação e permanência nos cursos EJA. Relatos de experiências de diferentes institutos mostraram como cada um conseguiu e está conseguindo superar os desafios, as dificuldades e os entraves na implantação e continuidade de cursos e turmas.

Professora do IFG - Câmpus Luziânia, Simone Paixão Araújo contextualizou o início do curso EJA no câmpus, que coincidiu com a implantação da unidade. O curso é o de Manutenção e Suporte em Informática, que enfrentou muitos problemas de implantação e permanência dos estudantes na primeira turma. “Coincidiu com a Copa de 2014 e da mesma forma que ficamos tristes com a derrota do Brasil, nós do câmpus também ficamos, quando vimos que de 30 alunos que entraram no curso,  algumas disciplinas estavam sendo cursadas por apenas 1 aluno”, desabafa a professora.

“Indignados”, conta a professora, o colegiado de professores do câmpus tomou uma importante decisão, que foi a de não ofertar mais as próximas turmas, até que as condições fossem adequadas ao público do curso, as ementas e grades atendessem às necessidades dos estudantes e da Instituição. Foi então que eles reestruturam o curso numa lógica de projetos integradores, com projetos e disciplinas integradas e que conversassem com todas as áreas. “Fazíamos reuniões semanais com professores para estudo de como adequar o curso aos estudantes, colocando o que fosse realmente de interesse do aluno . A partir daí reconstruimos o curso”, conta.

Além de toda a questão dos conteúdos apontados por Simone, a professora Marizângela Aparecida de Bortolo,  também do Câmpus Luziânia,  disse que o colegiado questionou: “Será que os alunos da EJA podem fazer um curso de Informática, serão que conseguem?”. Mas o grupo percebeu, segundo a professora, que o problema era realmente do curso e não dos alunos, daí o estudo e análises que culminaram em uma nova implantação do curso em 2016. “Além de atender a demanda local, o câmpus também precisa honrar o compromisso com a Reitoria, que era a oferta do curso, inclusive com disponibilidade de código para contratação de pessoas para atuarem na EJA. Era muita pressão e queríamos ofertar o curso”, diz a professora.

Marizângela completou ainda contando que a decisão pelos projetos integradores funcionou muito bem e que os projetos que os estudantes fazem são expostos no final do ano, inclusive com visitação dos alunos do município.  “Temos vários projetos dentro de uma mesma turma. Com a reestruturação do curso, hoje são 13 estudantes na turma, que inicia com 30, mas que já é considerado uma vitória”, contam as professoras Simone e Marizângela.

 

Protagonistas da EJA

A professora do Instituto Federal Baiano, Neyla Reis Silva, defende que “Não só os protagonistas dos sujeitos é que marcam os cursos da EJA, que são os alunos, mas também os professores e servidores que atuam diretamente. Essas pessoas fazem parte do coletivo da EJA, assumindo-a como projeto de vida, na definição dos projetos dos cursos, da organização, elaboração”, afirma a professora.

A segunda coisa fundamental quando se fala em educação de jovens e adultos, segundo Neyla,  é que “não fazemos EJA para e sim com, não é para os estudantes e sim com estudantes. Isso é difícil porque você tem que sair da zona de conforto, da sua área de estudo intelectual e ir para a zona do estudante, sentar no chão com eles. Isso é um divisor. Já temos algumas experiências, mas ainda temos que avançar”, afirma a professora.

A professora comenta que mesmo a EJA estando na Rede Federal há 11 anos, ainda é muito pouco tempo. O que o Instituto Federal Baiano fez para tentar melhorar as condições para o curso da área ofertada, que é a de Cozinha, foi verticalizar o ensino, oferecendo, além do curso Técnico em Cozinha - EJA, também o curso superior em Gastronomia.

Entre os entraves para a implantação de novos cursos, a professora ressalta a questão da burocratização para atender a uma demanda nova. Pelo processo, comenta Neyla, às vezes demora até três anos para que um curso tenha início. “As demandas que surgem não podem esperar até 3 a 4 anos para começar’, conclui. A professora cita ainda outros desafios enfrentados pelos cursos da EJA no Instituto, que são a carga horária, falta de transporte para os estudantes, sendo que a maioria dos cursos é ofertada na zona rural, a entrada anual, a falta de orientação pedagógica.

 

Programação

No período da tarde, um documento final será fechado para ser levado à Secretaria de Educação Profissional Científica e Tecnológica do Ministério da Educação (MEC), com propostas, ações articuladas de todos os que estiveram presentes no evento. A discussão será às 14h30.

 

Veja a programação completa.

Veja as fotos no álbum do facebook do IFG - Abertura e Atividades de 22.05.

 

Diretoria de Comunicação Social/Coordenação de Comunicação Social/Câmpus Aparecida.

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