Pesquisador do Inep ministra palestra sobre a Rede Federal de Educação no Câmpus
O dr. Gustavo Henrique Moraes é o idealizador da plataforma Nilo Peçanha, que reúne dados sobre toda a Rede
Esteve ontem, 11/2, no Câmpus Itumbiara do IFG, o pesquisador de carreira do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep/MEC), Gustavo Henrique Moraes. Ele palestrou sobre a Rede Federal de Educação, e detalhou o surgimento da Plataforma Nilo Peçanha, da qual é o idealizador.
O pesquisador contou a história do ex-presidente do Brasil Nilo Pecanha, que criou 19 Escolas de Aprendizes Artífices, uma em cada Estado do País, em 1909. Essas instituições de ensino foram a origem do que hoje conhecemos como Institutos Federais. Gustavo Henrique é um admirador da figura do ex-presidente e defensor da Rede Federal, e por várias vezes citou frases de Nilo Peçanha que dizia que “que viveu numa época de uma sociedade de analfabetos”, e por esse motivo teria fundado a “escola para os filhos dos desfavorecidos da fortuna”.
Atualmente são 606 escolas federais, e por esse motivo Gustavo Henrique afirma: “Eu trouxe alguns desconfortos, mas eu quero trazer agora o maior conforto: não tenha dúvida de que você trabalha na melhor e maior rede de ensino desse País (...). Eu não conheço professor ou técnico, por mais que faça crítica, que não tenha orgulho de fazer parte da Rede Federal (...). Essa escola é de nossa responsabilidade. A história dessa escola que vai ser contada lá no futuro é a história que você [aluno, servidor] construiu”, enalteceu o pesquisador.
“O Instituto Federal é reconhecidamente uma instituição que funciona. Você é dono e sócio de uma instituição muito importante (...). Essa é uma instituição do povo brasileiro” e não de um partido, declarou Gustavo Henrique.
Ainda fazendo referência sobre o início do surgimento da Rede Federal, o palestrante lembrou que desde os primórdios essa é uma rede de transformação da sociedade; e que é muito preconceituoso e errôneo reproduzir frases que menosprezem a formação de profissionais com formação técnica, pois isso é desmerecer “o trabalhador e todo o seu trabalho”, disse Gustavo Henrique. Ele ainda completou dizendo que “é preciso reconhecer que não há saberes maiores e menores, e sim saberes distintos. O saber técnico é um saber fundamental e é um saber importante”, disse. Na opinião do palestrante a escola se desenvolve pela interdisciplinaridade ampla e não tentando “varrer o outro [tipo de conhecimento] para debaixo do tapete”.
Verticalização do Ensino
Enquanto ministrava a palestra Gustavo também defendeu a verticalização do ensino, e contou exemplos malsucedidos de instituições que tentaram acabar com o ensino técnico integrado, técnico subsequente e/ou tecnológico. Para ele os institutos federais são completamente capazes de manter essa verticalização e que isso não é um impedimento para o desenvolvimento das unidades. O discurso de que “precisamos migrar para a educação superior...” ou “trabalhar em técnico subsequente é um atraso, não dá uma formação integral, é um aligeiramento da formação para o mercado de trabalho...”, eram um dos vários aspectos que ele fez questão de desmistificar em sua fala.
Plataforma Nilo Peçanha
A partir do trabalho de coleta de dados e de censo escolar realizado pelo pesquisador no Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC), ele foi convidado a construir um sistema parecido que reunisse informações de toda a Rede Federal. Esse grandioso e laborioso trabalho culminou na plataforma Nilo Peçanha, local onde estão armazenadas estatísticas e estudos da educação profissional e tecnológica do Brasil. Além do esforço inicial de Gustavo Henrique, ele contou com a colaboração de vários servidores dos IFs, e de outras instituições federais.
Para acessar a plataforma, clique aqui. http://plataformanilopecanha.mec.gov.br/#/login
História
Em Goiás a antiga Escolas de Aprendizes Artífices foi criada na antiga capital do Estado, Vila Boa, atualmente cidade de Goiás. Na época, o objetivo era capacitar os alunos em cursos e oficinas de forjas e serralheria, sapataria, alfaiataria, marcenaria e empalhação, selaria e correaria. Desde então, a Rede passou por inúmeras transformações que provocaram mudanças de nomes e modelos de ensino, confira:
1909 - Escola de Aprendizes Artífices
1942 - Escola Técnica de Goiânia
1965 - Escola Técnica Federal de Goiás
1988 - Uned de Jataí
1999 - Cefet-GO
2008 - IFG
Para Gustavo Henrique, “cada uma dessas transformações representam não só a mudança do Estado brasileiro visto de cima (...) mas também pressões de suas próprias bases pelo ensino que é ofertado na sua rede”.
Agradecimentos
Ao final da palestra, a diretora-geral do Câmpus Itumbiara, Aline Barroso, falou da satisfação em receber o pesquisador na Instituição, e destacou como a fala dele foi importante para mostrar a necessidade de continuar construindo a Rede Federal em conjunto. Aline disse que Itumbiara e região “sentirão os efeitos do que nós deixaremos de trabalho e realização nessa Rede Federal”.
Setor de Comunicação Social e Eventos – Câmpus Itumbiara.
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