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Goiânia, 09 de fevereiro de 2018

Publicado: Sexta, 09 de Fevereiro de 2018, 11h24 | Última atualização em Sexta, 09 de Fevereiro de 2018, 11h34

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

Concurso literário do FNDE tem prazo de inscrição prorrogado

Nova Zelândia oferece bolsas de pós-graduação a brasileiros

América do Sul e França farão programas de cooperação

MEC libera R$ 376,3 milhões para universidades e institutos federais de todo o país

Capes financia desenvolvimento de ferramentas de acessibilidade 

UOL EDUCAÇÃO

Movimento cola cartazes em gabinetes na Câmara para alertar sobre educação

Fim de prazo para inscrições no ProUni 2018/1

Lista de aprovados no Vestibular 2018/1 via Enem do IFG está disponível  

CORREIO BRAZILIENSE

Prazo para inscrição no ProUni termina nesta sexta-feira

Alunos de escolas públicas passam cada vez mais na UnB

GLOBO.COM

Unicamp tem 1ª travesti doutora: 'Universidade aprendeu a se transformar para que pessoas como eu caibam ali'

Prouni já tem mais de 1 milhão de inscritos; prazo termina às 23h59 desta sexta

Inscrições para Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica estão abertas

FOLHA.COM

Filho de lavradora passa em primeiro lugar em mestrado em Portugal

Receita de boa educação inclui caça a pais e reforço preventivo  

 

N O T Í C I A S DA E D U C A Ç Ã O

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

EDUCAÇÃO BÁSICA

Concurso literário do FNDE tem prazo de inscrição prorrogado

O Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) prorrogou nesta quarta-feira, 8, o prazo de inscrições do concurso literário Faça parte dessa história. Agora, quem quiser pode se inscrever até 2 de abril.

O edital vai selecionar os maiores talentos das escolas públicas do Brasil na arte de escrever e podem participar todos aqueles estudantes devidamente matriculados em turmas de ensino fundamental e médio, das escolas públicas brasileiras, com obras nos seguintes gêneros literários: poema, conto, crônica, novela, teatro, texto da tradição popular, romance, memória, diário, biografia, relatos de experiências e história em quadrinhos.

As inscrições devem ser feitas pela internet. O concurso, que comemora os 80 anos da política pública do Livro Didático, é uma inciativa do Ministério da Educação e do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).

“Nós decidimos prorrogar o prazo das inscrições para que professores, coordenadores e os diretores das escolas possam mobilizar os alunos a participar desse movimento, que tem a intenção de promover a criatividade dos nossos estudantes. Temos certeza de que teremos grandes obras inscritas”, afirmou o presidente do FNDE, Silvio Pinheiro. “O incentivo à leitura e à produção literária deve começar desde cedo, pois é assim que nossos jovens podem ampliar seus conhecimentos e criar uma nova percepção de mundo”, concluiu.

A cerimônia de premiação dos vencedores acontecerá durante a Bienal Internacional do Livro 2018 em São Paulo. O primeiro colocado em cada uma das categorias ganhará uma viagem internacional para conhecer a maior feira de livros do mundo, a de Frankfurt, na Alemanha. E os três finalistas de cada categoria (anos iniciais do ensino fundamental, anos finais do ensino fundamental e ensino médio) também serão premiados com uma viagem de visita à Bienal do Livro de São Paulo, e poderão acompanhar a produção e distribuição do livro didático na capital paulista. Além disso, levarão para casa um acervo completo de obras literárias.

Assessoria de Comunicação Social, com informações do FNDE

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INTERCÂMBIO

Nova Zelândia oferece bolsas de pós-graduação a brasileiros 

Promovido pelo Ministério de Assuntos Estrangeiros e Comércio da Nova Zelândia, o programa New Zealand Development Scholarships (NZDS) oferece 14 bolsas integrais de pós-graduação para acadêmicos e profissionais de países da América Latina. As inscrições são on-line e estão abertas até 14 de março.

Podem se inscrever estudantes de até 39 anos, que cumpram os critérios de elegibilidade. Será dada preferência àqueles que inscreverem projetos de estudo relacionados as áreas de agricultura, energias renováveis e gerenciamento de risco de desastres naturais.

A NZDS oferece bolsas nos níveis de especialização (seis meses a um ano), mestrado (um a dois anos) e doutorado (três a quatro anos). A bolsa cobre os custos com o curso, a viagem de ida e volta, o seguro de viagem e de saúde e oferece um auxílio para custos mensais de vida e de moradia.

Assessoria de Comunicação Social, com informações da Capes  

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PESQUISA

América do Sul e França farão programas de cooperação

A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) divulgou nesta terça-feira, 6, os novos editais para seleção de projetos conjuntos de pesquisa para os programas Capes/Math-AmSud e Capes/Stic-AmSud. As inscrições vão até 31 de maio. Serão selecionados até dez projetos de pesquisa para início em 2019.

Os programas são iniciativas de cooperação entre a França, Argentina, Brasil, Chile, Equador, Paraguai, Peru e Uruguai e têm como objetivo fortalecer a colaboração e a criação de redes de pesquisa, no domínio da matemática (Math) e das ciências e tecnologias da informação e da comunicação (Stic) entre sul-americanos e franceses.

Cada projeto deverá planejar suas atividades considerando a duração máxima de dois anos. O financiamento compreenderá a realização de missões de pesquisa (missões de trabalho e missões de estudos) entre os grupos participantes.

Assessoria de Comunicação Social, com informações da Capes

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RECURSOS 

MEC libera R$ 376,3 milhões para universidades e institutos federais de todo o país 

O Ministério da Educação liberou na última terça-feira, 6, R$ 376,3 milhões para as instituições federais de ensino. Os recursos serão aplicados na manutenção, custeio e pagamento de assistência estudantil, entre outros. “Estamos assegurando, com esses recursos, a garantia do bom funcionamento das universidades e institutos federais do país”, destacou o ministro da Educação, Mendonça Filho.

A liberação financeira permitirá às universidades e institutos federais cumprir com os pagamentos das despesas discricionárias, que são as que efetivamente concorrem para produção de bens e serviços públicos. “Os recursos permitirão o pagamento de contratos de terceirização, água, luz, investimento em obras de ampliação, construção ou reforma, entre outros”, detalha o ministro.

A maior parte dos valores – R$ 281,66 milhões – foi repassada às universidades federais, incluindo hospitais universitários. Já a Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica recebeu R$ 93,85 milhões. O restante, R$ 780 mil, foi repassado ao Instituto Nacional de Educação de Surdos (Ines), ao Instituto Benjamin Constant (IBC) e à Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj).

Este ano, o MEC repassou R$ 579,26 milhões para as instituições federais vinculadas à pasta, incluindo o que foi destinado ao pagamento de despesas das universidades e institutos federais, do Instituto Nacional de Surdos, do Instituto Benjamin Constant e da Fundação Joaquim Nabuco.

Assessoria de Comunicação Social

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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

Capes financia desenvolvimento de ferramentas de acessibilidade

Com o objetivo de incentivar projetos de inovação que contribuam para o desenvolvimento tecnológico da educação no Brasil, a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) divulga nesta terça-feira, 6, o Edital nº 3/2018 – Ferramentas de acessibilidade. A data de início de submissão dos projetos é 19 de março.

De acordo com o edital, ferramentas de acessibilidade são programas de computador que possam ser utilizados em plataformas e navegadores diversos, que eventualmente incorporem algum tipo de dispositivo adaptável, com o propósito de dar acessibilidade ou inclusão por meio de tecnologias assistivas. As ferramentas poderão incorporar soluções de software e hardware, de uso local ou remoto.

Os projetos aprovados serão financiados com recursos no valor global estimado de R$ 1 milhão, para itens de capital e custeio, oriundos do orçamento da Capes, de acordo com valores disponíveis pelo Projeto de Lei Orçamentária Anual de 2018. Cada projeto deverá ter o valor máximo de financiamento de R$ 200 mil.

Será aceito um projeto por instituição de ensino superior pertencente ao programa Universidade Aberta do Brasil (UAB). Os produtos gerados deverão ter a possibilidade de implantação em outras unidades acadêmicas de outras instituições. O compartilhamento de recursos é uma das prerrogativas do edital. A viabilidade de implantação será considerada na análise e pontuação do projeto.

Criada em 2005, a Universidade Aberta do Brasil (UAB) é uma rede formada por instituições públicas que oferece cursos de nível superior por meio de educação a distância. A prioridade da UAB é ofertar formação para pessoal atuante na educação básica – professores, gestores e colaboradores –, mas existem ofertas de formação para o público em geral. O Sistema UAB é coordenado pela Diretoria de Educação a Distância (DED) da Capes.

Assessoria de Comunicação Social, com informações da Capes  

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UOL EDUCAÇÃO

EDUCAÇÃO SUPERIOR

Movimento cola cartazes em gabinetes na Câmara para alertar sobre educação

No retorno das atividades da Câmara dos Deputados, o Movimento "Todos Pela Educação" entregou para cada parlamentar um cartaz com dados sobre o cenário da educação básica de seu Estado. A ação faz parte de uma campanha para coloca.a educação no centro do debate neste ano eleitoral.

Os 513 deputados receberam um cartaz com dados sobre a taxa de alunos de oito anos que não sabem ler, a proporção de colégios sem biblioteca ou sala de leitura e o total de crianças de quatro e cinco anos fora da escola. A pproposta é que os deputados colem o cartaz na porta do gabinete e se comprometam em mudar o cenário. Até quinta-feira (8), 89 parlamentares haviam aderido.

"Podemos mudar e mudar rápido a educação. Não precisamos esperar as próximas gerações para ver o resultado das mudanças, se houver um ambiente de mobilização e conscientização de tratar a educação como pilar de desenvolvimento social e econômico do País", diz Rodolfo Araújo, diretor de Comunicação do "Todos"..

A ação foi inspirada no resultado de duas pesquisas promovidas pelo "Todos", em parceria com o Instituto Ideia Big Data. A primeira mostrou que educação é prioridade para o brasileiro.

Indagados sobre qual seria a prioridade ao receberem aumento, a maioria (32%) respondeu que investiria na sua educação ou na dos filhos; seguida por reforma da casa (20%), investimento na poupança (16,3%) e abertura de um negócio

A segunda pesquisa mostrou falta de conhecimento sobre a situação do País. Cerca de 78% dos brasileiros não sabem que mais da metade das crianças de oito anos não conseguem ler adequadamente.

As informações são do jornal "O Estado de S. Paulo".

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PROUNI

Fim de prazo para inscrições no ProUni 2018/1

Esta sexta-feira, dia 9 de fevereiro, é o último dia para inscrições na primeira edição de 2018 do Programa Universidade para Todos (ProUni). A oferta é de 242.987 bolsas em 2.976 instituições privadas de educação superior.

O número de oportunidades oferecidas nesta edição é o maior de toda a história do ProUni. São 151.467 bolsas integrais e 129.124 parciais (50%). Entre as integrais, 37.604 bolsas são para cursos a distância. No ProUni 2017/1 foram oferecidas 214.110 vagas.

Para participar dessa edição é necessário ter participado do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2017 e não ter curso superior. Será preciso comprovar pelo menos 450 pontos no Enem e nota acima de zero na redação.

Além disso, o candidato precisa preencher pelo menos um dos seguintes critérios:

    Ser egresso do ensino médio da rede pública ou da rede particular na condição de bolsista integral da própria escola;

    Ser pessoa com deficiência;

    Ser professor da rede pública de ensino, no efetivo exercício do magistério da educação básica, integrante de quadro de pessoal permanente de instituição pública.

Renda

As bolsas integrais são exclusivas para candidatos com renda familiar bruta mensal de até 1,5 salário-mínimo por pessoa. Para as bolsas parciais, o limite é três salários-mínimos por pessoa. No caso dos professores da rede pública, não é preciso comprovar renda.

Como se inscrever no ProUni

Ao fazer a inscrição no site do ProUni, o estudante precisa confirmar seus dados, responder um questionário socioeconômico e fornecer informações sobre a renda da sua família. Feito isso, o próximo passo é escolher até duas opções de cursos, na mesma faculdade ou diferentes, indicando a opção preferida.

O sistema calcula diariamente a nota de corte para cada curso do ProUni. Com essa informação é possível analisar as chances de conseguir a bolsa. As opções de cursos podem ser trocadas até as 23h59 do último dia de inscrição.

Resultado do ProUni

A previsão é que a primeira chamada do ProUni 2018/1 seja publicada no dia 14 de fevereiro. Os pré-selecionados deverão efetuar matrícula entre os dias 15 e 23 desse mês. Haverá uma segunda chamada no dia 2 de março, com matrícula até o dia 9 seguinte.

Os candidatos não selecionados nas duas primeiras chamadas, ou selecionados para curso que não houve formação de turma, poderão se inscrever em lista de espera, entre os dias 16 e 19 de março.

Mais informações no Edital do ProUni 2018/1, no site do programa ou pelo telefone 0800 616161.

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ESTUDE NO IFG

Lista de aprovados no Vestibular 2018/1 via Enem do IFG está disponível

O resultado final do Vestibular 2018/1 do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás (IFG) está disponível. As matrículas serão recebidas até dia 16 de fevereiro, no campus para o qual o candidato foi aprovado.

Aprovados IFG 2018/1

Para efetivar a matrícula, o novo calouro deve preencher o Formulário de Cadastro, disponível neste site, e entregar junto com os seguintes documentos:

- Comprovante de Conclusão e Histórico Escolar do Ensino Médio;

- Certidão de nascimento ou de casamento;

- Carteira de identidade e CPF;

- Comprovante de endereço com CEP;

- Uma foto 3x4 recente;

- Certificado de Reservista, para homens maiores de 18 anos;

- Título de Eleitor, para os brasileiros maiores de 18 anos;

Vestibular

Puderam se inscrever nesta edição os estudantes que fizeram as provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), em edições entre 2013 e 2017. Foram homologadas as inscrições dos candidatos que obtiveram nota acima de 300 na prova de redação e que não zeraram as provas objetivas.

Além disso, os inscritos para o curso de Música passaram por prova de habilidades específicas no dia 14 de janeiro de 2018.

O vestibular 2018/1 via Enem do IFG oferece 1.074 vagas em cursos ministrados nas cidades de Anápolis, Aparecida de Goiânia, Cidade de Goiás, Formosa, Goiânia, Inhumas, Itumbiara, Jataí, Luziânia, Uruaçu e Valparaíso de Goiás.

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CORREIO BRAZILIENSE

PROUNI

Prazo para inscrição no ProUni termina nesta sexta-feira

Os estudantes interessados em obter uma bolsa de estudos por meio do Programa Universidade para Todos (ProUni) têm até as 23h59 (horário de Brasília) de hoje (9) para fazer sua inscrição na página do programa na internet.

O ProUni oferece bolsas de estudo integrais e parciais (50%) em instituições privadas de educação superior, em cursos de graduação e sequenciais de formação específica.

Podem concorrer brasileiros sem diploma de curso superior que tenham participado do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em 2017 e não tenham zerado a prova de redação.

É necessário, ainda, que o candidato atenda a pelo menos uma das seguintes condições: ter cursado o ensino médio completo em escola pública ou em instituição privada como bolsista integral, ter alguma deficiência, ser professor da rede pública ou estar enquadrado no perfil de renda exigido pelo programa.

A bolsa integral é oferecida a candidatos com renda per capita mensal de até 1,5 salário mínimo e a bolsa parcial para candidatos cuja renda familiar mensal seja de até três salários mínimos.

O processo seletivo é composto por duas chamadas sucessivas. O resultado com a lista dos candidatos pré-selecionados na primeira chamada deve ser divulgado no dia 14 deste mês. A divulgação do resultado da segunda chamada está prevista para 2 de março.

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EDUCAÇÃO

Alunos de escolas públicas passam cada vez mais na UnB

Há até alguns anos atrás, era raridade encontrar, entre os alunos da Universidade de Brasília (UnB), gente que estudou na rede pública, especialmente nos cursos mais concorridos. A realidade tem mudado bastante e, ultimamente, ganhou o impulso das cotas: a Lei nº 12.711/2012 determina que as instituições federais de educação superior devem reservar no mínimo 50% de suas vagas para estudantes que tenham cursado integralmente o ensino médio em escolas públicas. Entre os novos calouros da UnB, que passaram pelo Programa de Avaliação Seriada (PAS), pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu) e por vestibulares específicos para arquitetura, design e artes, está um grande volume de ex-alunos de colégios custeados pelo governo de diferentes regiões administrativas do DF. De Taguatinga, Brazlândia, Santa Maria e São Sebastião, por exemplo, cinco trajetórias se encontram em um ponto comum: o sucesso nas seleções da UnB. Guilherme Dantas, Yuri Freitas, Luana Costa, Carlos Eduardo da Silva Almeida e Lucas Gabriel Alves de Andrade, estudantes de escolas públicas do Distrito Federal, passaram, respectivamente, para medicina, direito, odontologia, engenharia da computação e medicina veterinária na Universidade de Brasília.

São exemplos de superação, que pretendem mudar a história da família a partir da educação. Guilherme Dantas, 18, é calouro de medicina na UnB e passou pelo PAS. No mesmo curso, foi aprovado pelo Sisu na Escola Superior de Ciências da Saúde (Escs). Ele estudou na Centro de Ensino Médio (CEM) 417 de Santa Maria, pretende se especializar em oncologia e é filho de um policial militar e de uma professora. Em busca da aprovação, Guilherme fez um curso preparatório no cursinho Alub no último ano do ensino médio, mas conta que preferia se dedicar às matérias sozinho, em casa. “Na escola, falta incentivo para estudar mais. Normalmente, o professor chega, passa a matéria e vai embora. O importante é passar de ano. Alguns professores davam aulas extras por conta própria, para ajudar os alunos no vestibular e em concursos”, conta Guilherme. Luana Costa, 18 anos, estudou no CEM 3 de Taguatinga e sonha em ser dentista, se especializar, passar em um concurso público e abrir a própria clínica. Agora, deu o primeiro passo para realizar o sonho: foi aprovada em odontologia pelo PAS.

Filha da diarista Uracilânia Valina e a primeira da família a ingressar no ensino superior, Luana conta que os anos de rotina puxada de estudos, escola e curso pré-vestibular não foram fáceis, mas compensaram. No 2º ano do ensino médio, a estudante não tinha acesso à internet em casa e passou a estudar usando livros e jornais que a mãe trazia da casa dos patrões. Exemplares do Correio Braziliense serviram para ajudar a jovem a melhorar os conhecimentos de português, a partir de dicas de Dad Squarisi, professora de língua portuguesa e editora de Opinião do jornal. Segundo Luana, o apoio familiar foi essencial para alcançar essa conquista. Na escola, sentiu falta de preparação específica para o vestibular. “A minha escola tinha tantos projetos que a gente não conseguia estudar focado para o vestibular. Falta preparação para isso, especificamente. Alguns professores passavam as provas com questões antigas de vestibular e Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), mas era só isso. Só fiz dois simulados na escola”, relata ela, que fez cursinho no Alub, com bolsa parcial, durante dois anos. Na escola de Yuri Freitas, 17 anos, mais novo acadêmico de direito na UnB, era diferente. Segundo o estudante, o esforço de professores e a equipe pedagógica do CEM 2 de Brazlândia foi fundamental para permitir a aprovação.

Um projeto de redação com correção por bimestre chamado Leio logo escrevo (coordenado pela professora Mayssara Reany de Jesus Oliveira), aulas voluntárias no período inverso ao turno regular e espaços disponibilizados para estudo foram algumas das ações positivas do colégio. Para ele, a comunhão entre escola e família é primordial. Filho do motorista de caminhão Ediney Batista, Yuri foi aprovado em direito (carreira que pretende seguir) pelo PAS e em filosofia pelo Sisu, também na UnB, mas relata que não estava seguro da aprovação. “As pessoas que têm mais condições podem fazer um cursinho, eu não tinha como. Então, tinha que estudar muito!”, diz. “O (aspecto) psicológico de um garoto da escola pública é muito diferente do de alguém que estuda em uma particular. Alguns alunos têm muito pessimismo em relação a si mesmo e não acreditam que conseguirão. Então, sonham pequeno. A universidade tem certo elitismo. E um dos papeis principais da escola é incentivar os alunos, mostrar que eles são capazes”, declara ele, que sonha ainda em estudar psicologia e história. Carlos Eduardo da Silva, 17, também era estudante do CEM 2 de Brazlândia e relata problemas de estrutura. “Durante dois anos, teve greve por falta de pagamentos aos professores”, relata.

“A escola sempre tentou ajudar os alunos, a direção e os professores são muito bons. O problema era falta de recurso. Sempre faltava equipamento nos laboratórios de física, química e informática, por exemplo”, conta. Ele foi aprovado em engenharia da computação pelo PAS e em engenharia mecânica pelo Sisu e escolheu cursar a primeira opção. O primeiro da família a ingressar numa instituição de ensino superior, ele encheu a família de orgulho com o sucesso nas seleções. O estudante é filho do motorista de ônibus Carlos Cassiano e da dona de casa Erásia Selma. Com o pé direito na universidade, seus sonhos são para o outro lado do mundo: ele pretende fazer um intercâmbio na Suíça. Rumo à aprovação, o jovem encontrou dificuldades: na hora da inscrição do PAS, não conseguiu isenção da taxa por não dar conta de cumprir todas as exigências burocráticas a tempo e, sem recursos, deixou de fazer a primeira etapa. Sobre as cotas, pelas quais concorreu, Carlos reforça a importância dessa reserva.

“É muito positivo porque é muito diferente o ensino de uma escola pública do de uma particular. Tem também pessoas que precisam trabalhar, quase todos os meus amigos trabalham e estudam”, relata. Quem sonha em ser veterinário e trabalhar no zoológico é o Lucas Gabriel Alves de Andrade, 17. Ele é filho do vigilante Norberto Soares de Andrade e da dona de casa Honorina Alves da Cunha e estudou no CEM 1 de São Sebastião. A fim de complementar o conteúdo aprendido na escola, o jovem procurava materiais na internet, como videoaulas. Segundo o aluno, as seleções para acesso ao ensino superior cobram muitas disciplinas e o colégio acabava não conseguindo oferecer toda a base necessária para uma boa educação. “Então, precisei me virar, estudando em casa sozinho e indo atrás de outros recursos”, afirma. “A infraestrutura era horrível: antiga e muito quente. Alguns professores não ensinavam direito, mas outros eram bons. Até tínhamos aulas no sábado para vestibular, mas eu não frequentava porque não eram boas”, afirma

Números

Neste ano, das 4.222 vagas oferecidas na UnB pelo PAS, 1.583 foram conquistadas por alunos de escolas públicas do DF, segundo a Secretaria de Educação do Distrito Federal. Número quase 300% maior que em 2013, quando 571 estudantes dessa rede acessaram à Universidade de Brasília. Os cursos mais concorridos da seleção, de acordo com a relação candidatos por vaga, neste ano foram medicina, direito e psicologia. Os cursos com maior número de aprovações pela rede pública foram engenharias (89), pedagogia (64), ciências contábeis (59) e saúde coletiva (55). Também foram contabilizadas cinco aprovações para medicina, 46 para administração, 39 para direito, 20 para psicologia, 19 para comunicação social, 18 para relações internacionais e 15 para engenharia elétrica. De acordo com levantamento preliminar da Secretaria de Estado de Educação Distrito Federal, escolas localizadas em Plano Piloto, Brazlândia, Ceilândia e Taguatinga contam com números expressivos de estudantes aprovados na primeira chamada do PAS. Nas regiões administrativas de Brasília e Cruzeiro, são em torno de 300 aprovações.

Em Ceilândia, há registro de pelo menos 175 alunos aprovados, mais que na vizinha Taguatinga, que conta com 146 aprovações contabilizadas. Em Brazlândia, foram quase 100 vagas garantidas. A Secretaria de Educação ainda não calculou quantos estudantes da rede pública conseguiram aprovação na UnB usando a nota no Enem. O secretário de Educação do DF, Júlio Gregório Filho, afirma que alguns fatores contribuíram para esse aumento, como o estabelecimento do sistema de cotas e a parceria com o projeto #BoraVencer, da Secretaria da Criança, que oferece aulões preparatórios, cursos intensivos e dicas para vestibulares e concursos. Segundo o secretário, o destaque fica por conta do programa Por Dentro dos Exames do Ensino Médio, desenvolvido em escolas públicas desde 2015, oferecendo cursinhos preparatórios com aulas de professores da rede pública e privada, voluntariamente. O programa é apoiado pelas coordenações regionais da Secretaria de Educação, que viabilizam auditórios e meios materiais para que as aulas possam ocorrer.

“São encontros para revisar e complementar conteúdos, dar ao aluno, além do conteúdo, ferramentas de estudos para desmistificar o formato das provas e questões de atualidades”, explica o secretário. Por meio do programa, aproximadamente 18 mil estudantes do DF fazem um simulado com redação por ano nas escolas em que estudam. De acordo com Júlio Gregório, além das questões, a prova simula tudo que o estudante vai enfrentar nos exames para entrar em uma universidade, como o tempo e número de questões. A prova é elaborada pela Secretaria de Educação, em conjunto com a UnB e o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Segundo o secretário, o programa ajuda a atacar um traço negativo destacado pelo estudante Yuri Freitas: a falta de autoestima de estudantes de escolas públicas. “Pretendemos estimular os jovens pedagogicamente e psicologicamente. Os professores corrigem e dão retorno de desempenho individual aos estudantes. Tudo isso fez com que eles se sentissem estimulados e capazes de ter boas classificações”, conclui.

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GLOBO.COM

INCLUSÃO

Unicamp tem 1ª travesti doutora: 'Universidade aprendeu a se transformar para que pessoas como eu caibam ali'

Primeira travesti a defender doutorado na Unicamp com seu nome social, Amara Moira, de 33 anos, vê o feito como um passo significativo na longa caminhada contra o preconceito. Ser reconhecida dentro do ambiente acadêmico é uma batalha vencida em meio a "guerra" que pessoas trans travam diariamente com a sociedade. "Foi um indício que a universidade aprendeu a se transformar para que pessoas como eu caibam ali."

Amara, que é autora do livro "E se eu fosse puta", defendeu doutorado em teoria e crítica literária e contou ao G1 que busca, com ajuda do conhecimento, quebrar barreiras.

A escritora reforça que sua luta é para quebrar paradigmas e acabar com rótulos atrelados às pessoas trans. "Não quero que me vejam como um pedaço de carne. Não quero ser assediada o tempo inteiro, mas também não quero ser vista como uma pessoa que vai dar uma facada ou roubar quem quer que seja. Essas são as narrativas que são atreladas a ideia da travesti."

Professora

Contratada como professora de um cursinho online, Amara festejou ter comandado aula para todo o Brasil com quase 4 mil estudantes na noite da última quarta (7).

"Foi uma experiência marcante, recebi inúmeras mensagens de como a aula foi 'incrível', e isso tudo marcou muito. Quero dar aulas que eu nunca pude ter. Aulas que apontem os elitismos, machismos e racismos dos grandes escritores, que convidem os estudantes a serem leitores críticos, que olhem de forma ampla para essas obras."

Mudança de conceitos

Amara defendeu a tese "A indeterminação de sentidos no Ulysses de James Joyce", na última terça-feira (6). A recepção "respeitosa" e "generosa" da banca serviram para mostrar a travesti que seu trabalho foi levado a sério pela universidade.

"Foi bonito. Esperava um momento mais tenso, intimidador, mas foi interessante ver como a banca levou a sério meu trabalho, continuando debates que eu iniciei e colocando críticas de forma responsável e respeitosa."

Essa mudança de conceitos que Amara sentiu dentro da universidade ela tenta passar agora como professora. "Quando esses alunos estão aprendendo a me ver como alguém capaz de ensiná-los, eles aprendem a ver outras narrativas sobre nós. Quando estão acostumados a imaginar que o único lugar que a gente pode habitar são as esquinas mal iluminadas das cidades, e começam a me ver na sala de aula, percebem que tem muita coisa a aprender comigo."

Para Amara, isso muda a forma como alunos vão ver outras pessoas trans a partir de agora. "Por isso é tão importante estar em todos os espaços e não somente às margens da sociedade."

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EDUCAÇÃO

Prouni já tem mais de 1 milhão de inscritos; prazo termina às 23h59 desta sexta

As inscrições para o Programa Universidade para Todos (Prouni) terminam às 23h59 desta sexta-feira (9). Os candidatos interessados em concorrer a uma bolsa de estudos em universidades privadas devem entrar no site http://siteprouni.mec.gov.br/ para participar do processo seletivo.

De acordo com dados do Ministério da Educação, às 18h de quinta (8), o sistema do Prouni registrava 1.032.680 inscritos, que haviam feito 1.985.571 inscrições (cada candidato pode fazer até duas inscrições).

A lista da primeira chamada com os pré-selecionados será divulgada em 14 de fevereiro. Entre os dias 15 e 23 do mesmo mês, os estudantes classificados devem comprovar, na universidade onde estudarão, os dados informados na inscrição. Só assim eles serão considerados aprovados.

Vagas e critérios de participação

Neste semestre, o Ministério da Educação (MEC) vai oferecer 242.987 vagas em 2.976 instituições de ensino particulares. Dessas, 113.863 são bolsas de estudo integrais (37.604 para cursos a distância) e 129.124 são bolsas de estudo parciais.

Para participar, é necessário ter tirado no mínimo 450 pontos no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem 2017) e não ter zerado a redação. Só podem integrar o programa aqueles estudantes que se encaixarem em pelo menos uma das seguintes situações:

ter cursado o ensino médio completo em escola da rede pública;

ter cursado o ensino médio completo em escola privada, mas como bolsista integral;

ter cursado o ensino médio parcialmente em escola da rede pública e parcialmente em escola privada, mas como bolsista integral;

 ter alguma deficiência;

 ser professor da rede pública de ensino.

Tipos de bolsa

As bolsas integrais se destinam aos candidatos cuja renda familiar bruta mensal per capita não exceda 1,5 salário mínimo. Já as parciais, de 50% da mensalidade, são voltadas aos estudantes com renda familiar bruta mensal per capita inferior a três salários mínimos.

A inscrição inclui até duas opções de instituição, local de oferta, curso, turno e tipo de bolsa pretendida.

Calendário Prouni 2018:

Fim das inscrições: 9 de fevereiro, às 23h59

Primeira chamada: 14 de fevereiro

Comprovação de informações da primeira chamada: entre 15 e 23 de fevereiro

Segunda chamada: 2 de março

Comprovação de informações da segunda chamada: entre 2 e 9 de março

Manifestação de interesse na lista de espera: entre 16 e 19 de março

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EDUCAÇÃO

Inscrições para Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica estão abertas

As inscrições para a 21ª Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA) abriram nesta quarta-feira (7) e se encerram em 18 de março. Estudantes do ensino fundamental e médio, de escolas públicas e particulares, podem participar. O cadastro deve ser feito pelo site: www.oba.org.br.

No dia 18 de maio, ocorrerá a única fase da competição: os candidatos farão uma prova de dez questões (sete de astronomia e três de astronáutica), principalmente sobre raciocínio lógico. São quatro níveis de dificuldade - três para o ensino fundamental e um para o médio.

Em 2017, cerca de 40 mil medalhas foram distribuídas. Foram, no total, 665.131 participantes no Brasil.

Os melhores classificados na OBA desse ano representarão o país nas Olimpíadas Internacionais de Astronomia e Astrofísica e na Latino-Americana de Astronomia e Astronáutica de 2019. Também poderão concorrer a vagas nas jornadas espaciais - palestras de especialistas em São José dos Campos (SP).

Material de estudo

Os candidatos podem se preparar para a prova pelo aplicativo “Simulado OBA”, disponível para celulares, tablets e computadores. No site da olimpíada, há vídeos explicativos, além de provas e gabaritos das edições anteriores.

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FOLHA.COM

EDUCAÇÃO

Filho de lavradora passa em primeiro lugar em mestrado em Portugal

Iderlan não sabe bem por que ri quando conta as agruras de sua infância na caatinga no interior do Piauí. Filho de uma lavradora, Iderlan dividiu a vida e –todos os alimentos– com nove irmãos. "No café da manhã, era um pão para dois. Um cacho de banana acabava rapidinho", diz, e gargalha.

Por que o riso, Iderlan? "Não sei. Acho que tenho vergonha ou faço para amenizar as dificuldades. Nunca tinha reparado", conta. E ri mais um pouco. Quem ouve a história de Iderlan de Souza, 31, pode achar que ele se resignava diante das limitações do meio onde nasceu –um povoado de poucas famílias onde a seca e a fome eram comuns. Mas é o contrário.

Iderlan foi o primeiro da família a entrar na faculdade e se formou em arqueologia em 2016. Em seguida, passou em primeiro lugar no mestrado da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), em Portugal. O curso, de arqueologia pré-histórica e arte rupestre, é formado por um consórcio de seis universidades europeias e faz parte do programa Erasmus Mundus.

Apesar de a mãe de Iderlan ver a especialidade com certa desconfiança –ela preferia direito ou medicina– a arqueologia estava bem próxima. Iderlan  nasceu dentro do Parque Nacional da Serra da Capivara, que tem a maior concentração de sítios arqueológicos das Américas.

Seu povoado, composto de famílias que viviam da agricultura de subsistência, teve que ser removido nos anos 1990 quando o parque se

tornou área de preservação permanente. A família se mudou para um município próximo, São Raimundo Nonato (a 519 km de Teresina).

A mãe e os irmãos mais velhos trabalhavam na roça, cultivando a terra de outras pessoas. Por ser o caçula, Iderlan foi poupado. "De certa forma eu tive mais oportunidade, só fui para a roça com 16 anos [risos]", diz

Mesmo assim, o trabalho atrapalhou os estudos. "Tive alguns atrasos para terminar o ensino médio", explica. Com o tempo, os irmãos cresceram e migraram para outras cidades. As irmãs ficaram e seguraram as pontas.

Sua mãe mal frequentou a escola. "Ela diz que não sabe ler, mas me ensinou o alfabeto. Quando ela se esforça, consegue descobrir as palavras."

Apesar de ter nascido no parque, Iderlan nunca tinha visto as pinturas rupestres, que ficavam longe do seu povoado. Quando criança, a escola pública organizava visitas, mas ele nunca pôde ir, por falta de dinheiro.

"A gente sabia que não podia participar de muita coisa no colégio, porque ia ter gasto. Então nem pedia. A gente era bem consciente das nossas condições", lembra e, de novo, ri do próprio relato.

Foi só aos 18 anos, quando entrou na Fundação Museu do Homem Americano (Fumdham), que Iderlan visitou o primeiro sítio arqueológico. A fundação foi criada em 1986 por pesquisadores, entre eles a arqueóloga Niède Guidon, para preservar o parque.

Primeiro, Iderlan participou de um projeto social da fundação e fez um curso de guia turístico. Depois, foi chamado para trabalhar na biblioteca, ajudando a catalogar o acervo. Em 2007, começou a trabalhar como técnico no laboratório de paleontologia.

"Eu fazia a limpeza dos fósseis, restauração e numeração. Depois o pesquisador fazia a classificação. Foi assim que despertou a minha paixão pelos fósseis da megafauna", explica ele, que ficou nove anos na fundação e passou por vários laboratórios.

Ao mesmo tempo, Iderlan entrou na faculdade e se formou em arqueologia pela Universidade Federal do Vale do São Francisco, criada nos anos 2000 para atender o semiárido, com campi em três Estados do Nordeste.

A monografia de Iderlan, sobre a relação entre o homem e a megafauna, foi considerada inovadora. Ele defende que algumas pinturas rupestres, realizadas por grupos pré-históricos na Serra da Capivara, são representações de espécies da megafauna. "No Brasil, os pesquisadores não costumam interpretar as pinturas rupestres", diz ele.

Para continuar a sua pesquisa, Iderlan precisava sair da região e escolheu o curso da UTAD, em Portugal, por ser muito reconhecido na área.

Segundo a coordenadora do mestrado, Mila Simões de Abreu, a pesquisa de Iderlan é "muito interessante".

Ela explica que a Serra da Capivara tem uma característica curiosa: a região reúne muitos fósseis da megafauna com datações recentes, contemporâneas à presença humana. A pesquisadora diz ainda que a representação de espécies da megafauna nas pinturas rupestres não é comum, o que torna mais relevante o trabalho de Iderlan.

"Diversos autores pensam que em outras zonas, como na América do Norte, o homem teve um papel importante na extinção desses animais, além das mudanças climáticas. Isso aconteceu na Serra da Capivara? É muito importante tentar confirmar e documentar essa relação", diz ela.

A arqueóloga Niède  Guidon, presidente da fundação, comemorou a aprovação no mestrado. "Acho que o Iderlan merece! Ele realmente é um bom pesquisador. Sempre foi um excelente funcionário, aprendia rápido e cumpria suas funções com esmero", diz.

Abreu ressalta ainda a importância de formar pesquisadores na região. "Os importantíssimos vestígios paleontológicos da Serra da Capivara têm sido estudados por estrangeiros, principalmente franceses e italianos. Mas é hora dos brasileiros estudarem esse material".

Guidon concorda e defende que os jovens do Piauí continuem o trabalho iniciado pela fundação. "Deste modo a proteção desse patrimônio mundial ficará garantida."

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OPINIÃO

Receita de boa educação inclui caça a pais e reforço preventivo 

O ciclo escolar recomeçou nos últimos dias na maior parte do país e, com ele, ressurge o desafio premente de melhorar a qualidade da educação brasileira.

Nossos resultados gerais em testes de aprendizagem nos últimos anos não foram nada vistosos. Mas, como em muitos casos, as generalizações aqui não dizem tudo.

No debate crucial sobre o que precisamos melhorar —e, em um ano eleitoral, essa questão deve ser enfatizada—, deveríamos ressaltar também o que parece estar dando certo.

Alguns municípios brasileiros têm tido mais sucesso do que outros na oferta de uma boa educação.

É importante entender e discutir o que distingue Sobral e Frecheirinha, no Ceará, de Lamarão, na Bahia, e Marajá do Sena, no Maranhão.

As duas cidades cearenses foram as primeiras colocadas na mais recente edição do Ioeb (Índice de Oportunidades da Educação Brasileira), divulgada em dezembro pelo Centro de Liderança Pública; os outros dois municípios ocuparam as últimas posições do mesmo ranking.

Os pesquisadores Fabiana de Felício e Reynaldo Fernandes, idealizadores do Ioeb, buscaram respostas para essa questão por meio de entrevistas com 27 secretários municipais entre os cem melhores Ioebs do Brasil. Conversaram também com quatro representantes de cidades com alguns dos piores desempenhos.

É interessante notar que, mesmo que não exista uma bala de prata em educação, há práticas compartilhadas por municípios que vêm se destacando.

Igualmente relevante é a indicação de que bons exemplos, se bem copiados e adaptados, funcionam. Municípios do Ceará que se inspiraram no exemplo de Sobral e têm procurado adaptá-lo para suas realidades parecem corroborar isso. Não por acaso a participação das cidades do Estado nordestino entre as 30 primeiras do ranking do Ioeb saltou de 5 para 12 entre 2015 e 2017.

Muitos dos municípios bem-sucedidos —do Ceará e do resto do país— costumam começar com um bom começo. Isso significa garantir vagas para todas as crianças que precisam de creche. Outra diretriz é o máximo de esforço para manter todos na escola até o fim.

Para isso, esses gestores têm empreendido esforços que incluem uma verdadeira caça aos pais. Em Sobral, por exemplo, há parceria entre as áreas de educação, assistência social e saúde para ir atrás de gestantes cujos filhos poderão precisar de vaga na rede pública.

Em 62% dos 27 municípios cujos representantes foram entrevistados, as escolas vão atrás dos pais após 3 ou 4 dias de falta dos alunos. Em 31% deles, o rigor é ainda maior: a procura ocorre após uma ou duas ausências. É o caso de Nova Olinda, também no Ceará, onde um funcionário vai à casa da família para checar pessoalmente o que ocorreu.

Alunos que faltam menos na escola têm risco muito menor de evasão, e isso, consequentemente, melhora a aprendizagem.

Outra medida que os municípios ouvidos adotam é o uso de avaliações frequentes cujo objetivo é acompanhar o desempenho dos alunos de forma sistemática e identificar o quanto antes aqueles que enfrentam dificuldades.

Assim como bater nas portas das famílias para evitar que faltas culminem em evasão, essa é uma ação preventiva. As redes que a adotam costumam oferecer reforço para os estudantes com problemas antes que virem uma bola de neve difícil de ser freada.

O processo de indicação de diretores de escolas nesses municípios com melhores práticas não chega a ser uma maravilha, mas parece menos vinculado a critérios puramente políticos que no resto do país.

Levantamento feito pela Folha em setembro de 2017 apontou que, em 45% dos municípios brasileiros, o principal critério de seleção para esses profissionais é a mera indicação (os dados baseados em questionários não permitem separar apontamento político ou técnico, mas quem conhece bem a área garante que o primeiro filtro tende a prevalecer nesses casos).

Nas cidades com melhores resultados no Ioeb, a fatia que engloba indicação política ou técnica é de 35%, dez pontos percentuais menor do que a média brasileira.

O investimento em formação continuada dos professores —com foco em prática pedagógica e conhecimentos específicos da área lecionada— é outro ponto compartilhado por alguns municípios que têm oferecido educação de melhor qualidade.

Uma maior autonomia das secretarias de educação para administrar os recursos da área e a busca por outras fontes de dinheiro para investimentos também fazem parte do rol de medidas destacadas pelos idealizadores do Ioeb. Algumas redes têm ofertado ainda educação integral, aparentemente, com bons resultados.

Outras pesquisas internacionais e nacionais mostram a existência de correlação entre algumas das práticas identificadas nos municípios com Ioeb alto (como interesse dos pais na vida escolar dos filhos) e um bom desempenho de alunos em testes de aprendizagem.

Nenhum estudo traz uma receita fechada que possa ser copiada e adotada prontamente. Mas as pistas que eles apresentam podem ser um ponto de partida para o desenho de políticas promissoras.

Por Érica Fraga

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Clipping da educação, encaminhado pela Diretoria de comunicação social do IFG, todas as sextas.

 

 

 

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