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ELEIÇÃO

Em disputa inédita, três mulheres querem chegar à Reitoria do IFG

Publicado: Segunda, 07 de Junho de 2021, 11h55 | Última atualização em Quarta, 16 de Junho de 2021, 12h59

Uma é doutora e História, outra em Economia de empresas e a terceira é doutoranda em Educação

Da esquerda para a direita, professoras Fabiane, Lurdinha e Oneida
Da esquerda para a direita, professoras Fabiane, Lurdinha e Oneida

No próximo dia 14, servidores e estudantes do Instituto Federal de Goiás (IFG), vão votar para eleger a futura reitora e também os diretores-gerais dos 14 câmpus da Instituição. O cargo maior da Reitoria certamente será ocupada por uma mulher, porque a disputa será entre três professoras: Fabiane Costa Oliveira, Maria de Lourdes Magalhães e Oneida Cristina Gomes Barcelos Irigon.

A professora Fabiane é graduada e mestra em História pela Universidade Estadual Paulista (UNESP – Franca) e doutora em História pela Universidade de Brasília (UnB). Ingressou IFG como professora do Câmpus Goiânia em agosto de 2011. Desde 2015, vem atuando nos conselhos representativos da Instituição e nos demais espaços de construção institucional. Foi coordenadora do curso de Licenciatura em História e há quatro anos exerce a função de chefe de Departamento de Áreas Acadêmicas I, do Câmpus Goiânia.

A professora Lurdinha possui doutorado em Economia de Empresas (UCB), mestrado em Transportes (UnB) e graduação em Engenharia Civil (UFG). É professora do IFG desde 1994, quando ingressou no Câmpus Jataí. Foi transferida para Goiânia em 1996. Na área de gestão, dirigiu a Chefia do Departamento Acadêmico, a Coordenação da Área de Transportes e atuou como representante docente no Conselho Superior do IFG. É atualmente diretora-geral do Câmpus Goiânia.

A professora Oneida Cristina Gomes Barcelos Irigon é graduada em Pedagogia, especialista em Gestão: Educação e Ensino, mestra em Educação e doutoranda em Educação pela Universidade Santiago de Compostela (Espanha). Ingressou no IFG em 2010, como professora da área de Educação. Participou do processo de implantação do Câmpus Luziânia, onde foi chefe de Departamento de Áreas Acadêmicas, e do Câmpus Goiânia Oeste, onde atuou como gerente de Pesquisa, Pós-Graduação e Extensão e depois como diretora-geral. Atualmente é Pró-Reitora de Ensino do IFG.

As três já estão em campanha – autorizada pela Comissão Eleitoral Central, após a homologação das candidaturas – e buscam marcar diferenças entre os planos de trabalho apresentados à comunidade acadêmica. Mas somente a professora Lurdinha se apresenta como candidata de oposição à atual gestão. Todas defendem a autonomia da Instituição, democracia interna, mais transparência da gestão, valorização dos servidores e estudantes e o fortalecimento das políticas de ensino, pesquisa e extensão, dentro da perspectiva de uma formação integral e inclusiva.

Para o Portal do IFG, as candidatas responderam a duas perguntas. Confira abaixo as respostas de cada uma.

Por que a senhora quer ser reitora do IFG?

Professora Fabiane:

“Nesses quase 10 anos como professora do IFG, pautei-me pela defesa de políticas públicas e institucionais necessárias ao cumprimento da função social do IFG enquanto instituição pública, gratuita, inclusiva, democrática, laica e socialmente referenciada, estruturada na indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão e na formação integrada. Reconheço no processo eleitoral à reitoria a oportunidade de apresentar - e, se eleita, efetivar - um plano de trabalho comprometido: com a defesa da instituição e dos seus servidores e estudantes; com a presença e a participação da instituição na sociedade e, consequentemente, de sua abertura à classe trabalhadora e às camadas populares; com a transformação da Reitoria em um centro de articulação do processo de participação política por meio da ampliação dos processos consultivos e decisórios; com a consolidação da expansão do IFG; com o respeito à diversidade e a promoção da igualdade. Acredito que reúna as condições necessárias para conduzir a instituição com respeito à escuta dialógica, transparência, determinação e coragem necessárias em tempos tão turbulentos e incertos pelos quais estamos passando.”

 

Professora Lurdinha:

“Minha candidatura é uma resposta ao desejo de mudança manifestado por colegas, alunos e comunidade. A ideia original, que se desenvolveu pelo amadurecimento em grupo, troca de experiências, através da escuta aos variados segmentos do IFG, é a ideia de renovação e de conquista de uma nova gestão realmente participativa - e efetiva - para o IFG. Integramos um movimento original, espontâneo, que acredita no extraordinário potencial do Instituto Federal de Goiás e na valorização e criação de oportunidades para as pessoas.
Levantamos a questão: o que falta para o IFG alcançar e cumprir seu papel principal que é acolher, ouvir, respeitar e desenvolver cada membro de nossa comunidade? Essa questão é um convite para dialogarmos e re-pensarmos o nosso futuro.
Os pilares da proposta de trabalho, discutida e desenvolvida com variadas contribuições, são: renovação; integração; inovação e ação. Esses são os alicerces do IFGente, movimento que é a base da minha candidatura.
O Plano de Gestão é fundamentado em varias frentes de trabalho e a premissa será o diálogo. Uma gestão pautada pelo profissionalismo, pelo humanismo, sempre aliados à capacidade de escutar e de acolher diferentes opiniões. Vamos lutar por uma gestão que crie pontes e retire barreiras.

 

Professora Oneida:

“Vivenciamos um momento singular em que várias conquistas da democracia têm sido questionadas como a ciência e a diversidade. Estes questionamentos têm repercutido, nas diversas esferas da vida social. Assim, colocar o nome à disposição para estar à frente de uma instituição como o IFG é um enorme desafio. Neste sentido, quero ser Reitora do IFG para contribuir e ajudar a pensar o IFG e a Rede Federal.

Coloco minha experiência a serviço do enfrentamento dos desafios e, junto à comunidade, encontraremos as soluções, os caminhos a serem trilhados para fortalecer as concepções que estão postas na Lei de Criação dos Institutos Federais. Educação pública, laica, inclusiva e de qualidade socialmente referenciada: eis a causa com a qual tenho me engajado desde a minha formação e em minha vida profissional, e para essa causa ofereço o meu trabalho e meu comprometimento.”


Faz alguma diferença uma disputa entre três mulheres?

Professora Fabiane:

“Essa pergunta é, a um só tempo, muito interessante e inquietante, uma vez que o fato de haver somente mulheres que se colocaram no processo eleitoral para dirigir a nossa instituição se apresenta como inédito. Este é um retrato de que as reitorias, sobretudo a função de reitor, das instituições que compõem a rede federal de ensino, seja os Institutos Federais ou Universidades,  historicamente, tem sido excepcionalidade, e não regra, a sua ocupação por uma mulher. É com muita alegria que podemos observar que as trabalhadoras do IFG, cerca de 50% da força de trabalho da instituição, encontram  tempos e espaços para se colocarem nos debates institucionais e contribuírem com a transformação da realidade no âmbito pedagógico, administrativo e político. Creio que o impacto de termos mulheres que se sentem capazes de se colocarem na disputa eleitoral é um caminho a ser percorrido para que um dia não se realize como um fato inédito que mulheres cis, trans, pessoas negras, deficientes - e tantas outras que ainda hoje são invisibilizadas ou até mesmo anuladas - se coloquem nos diversos debates públicos, nos cargos eletivos ou nas atividades de chefia e assessoramento.

 

Professora Lurdinha:

“Tudo que representa uma conquista no sentido do resgate da igualdade faz toda diferença!
As transformações que estamos vivendo evidenciam a necessidade de trabalharmos coletivamente para criar alternativas mais justas para as pessoas.
Isso é apenas o começo das mudanças.
Existe um apelo por renovação, por um novo modelo de gestão com maior predisposição à cooperação, inclusão e flexibilidade.
Essa candidatura tripla feminina não representa somente uma conquista para a causa das mulheres, mas sim, para todos os grupos, minorias e pessoas que estiveram, injustamente, afastadas de seus direitos.
A questão que se apresenta agora é a de propósitos. Essa eleição representa a opção em escolher entre uma nova liderança feminina ou permanecer na opção do grupo atual de gestão.
É por isso que reconheço o valor de todas que chegaram como candidatas nesse momento histórico, mas reforço a necessidade de alternância na gestão atual, que permanece há duas décadas na reitoria do IFG.
Clamamos por um tempo novo, revigorante, com espaço para as mulheres, para o pensamento livre, para a valorização dos servidores e alunos.
O maior traço feminino da minha candidatura: renovação.

 

Professora Oneida:

“Com certeza! Termos três candidatas no atual cenário, diante do preconceito ainda enraizado em nossa cultura, já é uma grande conquista. O avanço das mulheres em ocupar seus espaços, especialmente na nossa instituição é muito significativo. No entanto, depende muito do projeto político-pedagógico e institucional que estas mulheres manifestam.
Eu particularmente, tenho clareza que ser mulher possibilita com que eu tenha um olhar institucional focado nas pessoas e que se compromete com a formação humana para um processo societário de transformação social, contudo, sei dos privilégios que tenho por ser uma mulher branca, heterossexual e cisgênero.
Assim, estou comprometida a promover processos em que haja maior diversidade nos diferentes espaços de poder institucional do IFG. Este compromisso é tão forte que no nosso plano de trabalho dedicamos um eixo exclusivo tematizando “Inclusão, Diversidades, Cidadania e Direitos Humanos.”


Conheça o plano de trabalho das candidatas.


Diretoria de Comunicação Social/Reitoria.

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