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Pedagogia

Setembro Azul e Dia Nacional do Surdo são motivo de reflexão em agenda de atividades

Publicado: Terça, 26 de Setembro de 2017, 18h26 | Última atualização em Quarta, 04 de Outubro de 2017, 10h04

IFG Aparecida marca calendário acadêmico com ação de valorização das pessoas surdas

imagem sem descrição.

Hoje, 26 de setembro, é o Dia Nacional do Surdo. Uma data que chama a atenção da sociedade para os avanços vividos ao longo da história e os desafios ainda enfrentados pelas pessoas com surdez. O Instituto Federal de Goiás instituiu o primeiro curso presencial de Pedagogia Bilíngue Libras/Português do País, que é ministrado no Câmpus Aparecida de Goiânia. E é aqui que nestes dias de setembro estão sendo realizadas, palestras e discussões que tratam sobre a educação bilíngue.

A programação começou na sexta-feira, 22, com um Café Atitude Investigativa, que convidou a professora Alciane Barbosa para proferir a palestra “A escola que protege - o papel do/a professor/a na garantia de direitos de crianças e adolescentes.” Na abertura do Café, o Coordenador de Áreas Acadêmicas, Prof. Eduardo de Carvalho Rezende, deu as boas-vindas às turmas de Pedagogia Bilíngue ao segundo semestre de 2017 e à programação do Setembro Azul, e ainda aproveitou para apresentar os novos intérpretes de Libras que passaram a fazer parte do IFG Aparecida de Goiânia, que são Ana Flávia Rosa, Priscila Santos, Vinicius Batista e Williane Da Silva.

A professora Késia Mendes, uma das coordenadoras do Café Atitude Investigativa, falou sobre a atividade, que também foi o encerramento do Projeto Café Atitude Investigativa, que completou um ano de ações: “Eu quero relatar o que disse o professor Diego, primeiro professor surdo do câmpus Aparecida de Goiânia, em sua fala. Ele levantou o significado destas ações do Setembro Azul, explicando como surgiu esse calendário na história mundial. Diego explicou que as datas rememoram as atrocidades cometidas pela Alemanha Nazista contra suaa população. Segundo Diego, os nazistas colocavam seus soldados surdos na linha de frente dos campos de batalha para morrerem, assim como outras pessoas com deficiência eram dizimadas sendo jogadas ao mar, para morrerem afogadas. O azul é justamente em função da cor do mar. Por isso não se pode falar em datas comemorativas. O que acontece no Setembro Azul é algo reflexivo, sobre a possibilidade de superação de todas essas desigualdades que ainda estão presentes. A necessidade de garantir os direitos sociais básicos para todos.”.

Em sua palestra a professora Alciane tratou da questão da violência no ambiente escolar e o quanto isso requer uma atitude investigativa do próprio educador, para que ele próprio compreenda e não cometa as violências simbólicas que perpassam as relações hierárquicas, e pra que também possa identificar as violências ocorridas entre alunos, para um encaminhamento destes sujeitos às redes de proteção.

Já na segunda-feira, 25/09, foi a vez de dois palestrantes surdos visitarem o IFG Aparecida de Goiânia para falarem de duas entidades goianas que atuam energicamente na defesa dos direitos do cidadão surdo. Primeiro houve a fala de Alinny Umeno Nogueira, da Associação das Mulheres Deficientes Auditivas e Surdas do Estado de Goiás, que contou um pouco da história desta instituição e dos motivos de seu surgimento. Alinny também falou sobre os serviços que a Associação presta atualmente em atendimento a este público de mulheres surdas. Em seguida foi a vez de Francisco Ferreira de Oliveira, presidente da Associação dos Surdos de Goiânia, falar da trajetória desta entidade de defesa e representação. Francisco traçou uma linha histórica e destacou as dificuldades pelas quais já passaram os surdos de Goiânia, comentando sobre o quanto evoluíram as ações voltadas para a proteção dos direitos destas pessoas, como o aprendizado da Língua Brasileira de Sinais, o surgimento de novos intérpretes, o reconhecimento da demanda de intérpretes em vários setores da sociedade.

E nesta terça-feira, 26, é dia dos alunos do curso de Pedagogia Bilíngue Libras-Português visitarem o teatro. A convite do 6º Festival Internacional de Palhaçaria e Comicidade – Na Ponta do Nariz, os estudantes farão um passeio ao Teatro SESC Centro, em Goiânia, para assistir ao espetáculo internacional IMAGINARIUS, apresentado pelo mestre-palhaço Pepe Pipacorte. Pepe veio da Costa Rica para participar do evento.

O professor Diego Leonardo Pereira Vaz, primeiro professor surdo do IFG Aparecida de Goiânia, falou sobre a importância desse momento em nossa instituição: "É importante o Dia Nacional do Surdo e o chamado Setembro Azul, para mostrar para a sociedade que os surdos ainda precisam lutar para provar suas capacidades, para que a sociedade os aceite e conviva com esta população, e para que os próprios surdos se conheçam e convivam entre si. O surdo ainda precisa lutar muito para mostrar sua capacidade profissional, por exemplo. O Setembro Azul também mostra para a sociedade a importância da valorização da Língua Brasileira de Sinais (Libras)."

 

O Projeto Setembro Azul no IFG Aparecida de Goiânia foi coordenado pelos professores: Aleir Ferraz Tenório, Diego Leonardo, Késia Mendes Barbosa Oliveira e Thiago Cardoso Aguiar.

 

Acesse as fotos das duas primeiras atividades. 

 

 

Coordenação de Comunicação Social e Eventos / Câmpus Aparecida de Goiânia

 

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