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Modelagem do Vestuário

Fashion Revolution movimentou o IFG Aparecida por uma semana em abril

Publicado: Sexta, 30 de Abril de 2021, 13h01 | Última atualização em Segunda, 10 de Maio de 2021, 19h45

Realizado antes do início das aulas pelo curso Técnico Integrado em Modelagem do Vestuário, o evento, que visa à conscientização sobre impactos socioambientais do setor produtivo da moda, teve suas ações apresentadas também aos alunos ingressantes na Semana de Acolhida

imagem sem descrição.

Com reflexões sobre direitos humanos e ambientais no mundo da moda, alunas e alunos do curso Técnico Integrado em Modelagem do Vestuário (EJA) participaram, de 19 a 25 de abril, do Movimento Fashion Revolution, que é de âmbito mundial e teve ressonância no IFG – Câmpus Aparecida de Goiânia. Por meio de palestras, confecção de bandeiras temáticas e postagem de cards em redes sociais, professores e alunos buscaram fortalecer o trabalho de conscientização sobre os impactos socioambientais da indústria da moda, valorizar quem trabalha na confecção das roupas, incentivar a transparência e fomentar a sustentabilidade.

Criado em 2013, quando no dia 24 de abril um acidente fez desabar o edifício Rana Plaza, em Bangladesh, onde funcionava a confecção de roupas para marcas conhecidas em todo o mundo, causando a morte de mais de mil pessoas e deixando mais de 2,5 mil feridas, que trabalhavam em condições análogas à escravidão, o Movimento Fashion Revolution questiona o ciclo de produção e consumo que alimenta a indústria da moda. Em diversos países, o movimento – integrado por profissionais da moda, ONGs, imigrantes, políticos, ambientalistas, instituições de ensino e cooperativas -- realiza anualmente ações que promovem a discussão da cadeia produtiva de moda e buscam meios de ela ser mais justa, limpa, transparente e que valorize as pessoas que estão por trás dela, desde a costureira até o consumidor final.

“Nós também estamos na cadeia produtiva de moda. Nós estamos formando pessoas que vão trabalhar ou que já trabalham na indústria de moda”, explica a professora Elisângela Tavares da Silva, do curso Técnico Integrado em Modelagem do Vestuário, sobre a importância da realização do evento no IFG Aparecida. Ela, que participou pela terceira vez de ações do movimento, comenta que o modelo de superprodução, consumismo e descarte do processo produtivo da moda precisa ser reconhecido, para que sejam fomentadas mudanças.

 

#QuemFezMinhasRoupas

A realização do Fashion Revolution no Câmpus Aparecida de Goiânia do IFG foi além das expectativas. Apesar de ter acontecido antes do início das aulas, houve a participação dos alunos, a presença de público externo e palestrantes de diferentes estados, que provocaram importantes discussões para a área (confira temas e palestrantes no final do texto). “Foi muito rico o momento”, atesta a professora Gláucia Rosalina Machado.

O tema do movimento neste ano é “Direitos, Relacionamentos e Revolução” e, por meio das hashtags #QuemFezMinhasRoupas #DoqueSãoFeitasMinhasRoupas e #aCordeQuemFezMinhasRoupas, busca a valorização dos trabalhadores, o cuidado para uma cadeia produtiva menos agressiva ambientalmente e a atenção para o racismo estrutural, que invisibiliza a diversidade que está por trás do mundo da moda.

Para o coordenador do curso Técnico Integrado em Modelagem do Vestuário, professor Kelio Junior Santana Borges, a ação realizada no Câmpus Aparecida de Goiânia não foi apenas a participação em um evento mundialmente conhecido e, sim, “um primeiro contato com um movimento ideológico e notoriamente politizado de grande importância para os novos e significativos rumos da moda e, principalmente, de quem faz a moda na sociedade”, afirmou. Ele destacou a densidade e a humanidade dos debates realizados e a exposição de ideias e vivências. Para Kelio, o momento foi muito significativo para professores e alunos. “Tudo isso não apenas encantou como instigou nossos alunos a ampliarem a visão que têm tanto do curso quanto de sua possível atuação no mercado de trabalho”, afirmou.

 

Conhecimento e valorização

Os estudantes que participaram do evento confirmam esse encantamento e a ampliação de horizontes no conhecimento. Renânia Naiara de Sousa Barbosa e Sangela Oliveira Machado, ambas costureiras e alunas do terceiro período do curso, comentam que não conheciam o movimento Fashion Revolution e apresentam diferentes razões para o forte envolvimento que tiveram. “Eu não somente gostei do evento, eu amei. Desde o convite já fiquei imaginando o quanto seria maravilhosa a minha participação, pois ali eu poderia mostrar as minhas habilidades e compromisso”, afirmou Renânia, que trabalhou na confecção de bandeira com uma das questões tema da campanha: “Quem faz minhas roupas?”. Ela destaca a grandeza do evento, a orientação dos professores e o aprendizado.

Sangela, que participou ativamente das palestras, diz ter amado o evento e acrescentou que o curso de Modelagem do Vestuário no IFG a faz sentir-se valorizada como ser humano e como profissional. Para a estudante, as indagações levantadas no movimento Fashion Revolution são muito importantes. “Geralmente as pessoas compram suas roupas, pode ser num comércio popular de valor barato ou até mesmo em lojas e shoppings, de marcas caras, e as pessoas realmente não se indagam Quem foi que fabricou minhas roupas?, Quem costurou minhas roupas?. Isso é uma indagação muito importante porque as costureiras têm a participação fundamental na construção de uma roupa, na construção da moda em geral”, comentou Sangela, acrescentando que muitas vezes a mão-de-obra na moda é desvalorizada e até escravizada.

 

Semana de Acolhida

As ações do movimento Fashion Revolution no IFG Aparecida não ficaram restritas à semana de sua realização, mas foram apresentadas também aos alunos ingressantes do curso de Modelagem do Vestuário na Semana de Acolhida, que se encerra nesta sexta-feira, dia 30. A professora Elisângela Tavares diz que as discussões levantadas nas hashtags vão além da semana do evento e que já observa mudança nas falas dos alunos, motivadas pelas reflexões realizadas.

Elisângela acredita que a educação possa ajudar na mudança de comportamento do consumidor em geral, para que seja um consumidor mais racional. A depender do coordenador Kelio Junior, o trabalho realizado terá desdobramentos: “Esse primeiro contato com o Fashion Revolution foi uma atividade altamente profícua e certamente não será a última”.

 

Imagens das palestras

Bandeiras temáticas confeccionadas por alunas

 

Palestrantes que estiveram no movimento Fashion Revolution no IFG – Câmpus Aparecida de Goiânia:

 

 

 

 

 

   

 

 

 

 

 

  

 

 

 

 

 

 

Coordenação de Comunicação Social e Eventos / Câmpus Aparecida de Goiânia

 

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