Fatores culturais de dominação são destaque no término da Semana de Planejamento Pedagógico

A contribuição de pensadores da Escola de Frankfurt para compreensão dos fatores sociais e individuais que influenciam a relação entre professor e aluno foi objeto de reflexão na palestra “Relação Professor/a – Aluno/a: Conhecimento e Afetividade”, proferida pela psicóloga Márcia Ferreira Torres Pereira, nesta terça-feira, 19, no encerramento da Semana de Planejamento Pedagógico 2017/2 do IFG – Câmpus Aparecida de Goiânia. A Semana, iniciada dia 15, abordou também em sua programação questões relacionadas a assédio, transtornos e dificuldades de aprendizagem.

Ao discorrer sobre as transformações no mundo do trabalho e na cultura, Márcia Torres ressaltou a perda da capacidade de autonomia dos indivíduos, considerando que até o tempo livre é dominado pela Indústria Cultural. A psicóloga comentou que a dominação se dá desde as pequenas situações e que seus elementos nem sempre têm fins econômicos, mas estão também na ordem da subjetividade. "A dominação do capital migrou para dentro dos indivíduos", afirmou.

Em ampla exposição que fez sobre assuntos relacionados à relação professor/aluno, a palestrante, que é pesquisadora do Núcleo de Estudos em Educação, Violência, Infância, Diversidade e Arte (NEVIDA/Faculdade de Educação-UFG), falou do alto índice de adoecimento físico e mental que se registra entre docentes, cujo sofrimento acaba sendo transferido aos alunos. Ela falou também da revolução tecnológica e sobre os recorrentes casos de Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) em crianças e adolescentes. Márcia expôs que vivemos um tempo em que a distração é concentrada e o sonhar é nervoso e em vigília, destacando a necessidade de deslocarmos a compulsão tecnológica para relações mais humanas, com repertórios diversificados, com cooperação e entendimento. A palestra foi coordenada pela professora Késia Mendes Barbosa.

A palestrante

Márcia Ferreira Torres Pereira é doutoranda em Educação e Mestre em Educação pelo Programa de Pós-Graduação da Universidade Federal de Goiás, graduada em Psicologia. Atuou como professora orientadora do estágio em educação infantil, com ênfase em necessidades educativas especiais na Faculdade de Educação da UFG, compôs o corpo docente da PUC-GO, é pesquisadora do diretório de pesquisa Teoria Crítica, Cultura e Educação Universidade Federal de Goiás, membro de pesquisa do Núcleo de Estudos em Educação, Violência, Infância, Diversidade e Arte (NEVIDA) e integra o corpo docente do Centro de Ensino e Pesquisa Aplicada à Educação (CEPAE-UFG).

A diretora-geral do Câmpus Aparecida de Goiânia, professora Ana Lucia Siqueira, elogiou o trabalho do Departamento de Áreas Acadêmicas na realização da Semana, destacando o tema geral e os assuntos trazidos à reflexão de professores e servidores. O chefe do Departamento, professor Eduardo de Carvalho Rezende, comentou que os assuntos foram escolhidos por uma comissão organizadora e destacou a importância dos conteúdos tratados para o cotidiano de trabalho dos professores, que retomam nesta quarta-feira, 20, as aulas do segundo semestre no IFG Aparecida de Goiânia.

Programação e novidades

A Sessão de Abertura da Semana de Planejamento Pedagógico, no dia 15, foi coordenada pelas professoras Luciana Gomes Ribeiro e Tainá Dias de Moraes Barreto, com participação dos coordenadores de cursos, e tratou do tema geral da atividade “Relação Professor/a – Aluno/a: Conhecimento e Afetividade”. Transtornos e dificuldades de aprendizagem foram tema de discussão na segunda-feira, 18, em palestra coordenada pela professora Aleir Ferraz Tenório e com participação da médica Aline Ferreira Bandeira de Melo Rocha, da psicóloga Iêda Vilela Machado e da assistente social Vera Lúcia de Freitas Lopes, que integram a equipe de Assistência Estudantil do IFG Aparecida de Goiânia. No mesmo dia foi realizada a Mesa-Redonda que abordou o tema “Relação Professor/a – Aluno/a: Assédios”, com as pesquisadoras Aava Santiago, Camila Borges e Tânia Rezende.

A palestra de encerramento com a psicóloga Márcia Torres foi precedida por novidades apresentadas pela professora Waléria Batista da Silva Vaz Mendes, do curso de Pedagogia Bilíngue Libras-Português, sobre o programa de tradução Virtual Sign, desenvolvido pelo IFG em parceria com o Instituto Politécnico do Porto. A parceria foi firmada em 2016 e a tecnologia do programa está sendo aprimorada. O IFG Aparecida de Goiânia é protagonista do desenvolvimento do aplicativo de tradução Libras-Português/Português-Libras, que receberá investimento da Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (SETEC) do Ministério da Educação, para que seja implantado em 40 câmpus da Rede Federal.

Imagens da palestra

Coordenação de Comunicação Social e Eventos / Câmpus Aparecida de Goiânia